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Cooperativas recebem menos recicláveis em Goiânia diante de crise na Comurg

Wildes Barbosa
Serviço de coleta seletiva na Avenida T-63, no Setor Parque Anhanguera: volume é menor nas cooperativas

A irregularidade na coleta de resíduos urbanos pela Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg) evidenciada nesta semana pode estar reduzindo a entrega de materiais recicláveis às cooperativas, conforme repassado à reportagem por duas destas. A empresa nega dificuldades e que o serviço segue “normalmente dentro da programação.”

Diretora presidente da Cooperativa dos Coletores de Material Reciclável A Ambiental, Mylene Lima, diz que em novembro houve queda no volume e que desde esta terça-feira (28) não houve recebimento de materiais. “Me parece que é por falta de óleo para abastecer os caminhões”, diz.

Ela pontua ainda que não é possível precisar o porcentual da queda, pois ainda falta levantar o total de material recebido para fazer um comparativo com os meses anteriores. Em outubro, entretanto, teriam recebido cerca de 30 toneladas. No último mês, já estaria havendo uma redução.

O DAQUI mostrou na edição desta quarta-feira (29) que uma nova crise na coleta de lixo pode estar relacionada à falta de combustível. A situação foi relatada por oito servidores da Comurg. Um deles disse ainda que tem sido priorizada a coleta de resíduos orgânicos em detrimento de outros serviços, como a coleta seletiva.

A companhia destaca que o serviço tem ocorrido normalmente e que recolhe, em média, 2,5 mil toneladas de resíduos recicláveis por mês.

Representante da Cooperativa de Trabalho dos Catadores de Material Reciclável Família Feliz (Cooperfami) contou, sem se identificar, que houve uma redução de cerca de 30%. Antes, no período de entrega regular, seriam em torno de 25 caminhões por semana. Agora, chegam 15. A situação teria se agravado em outubro, mas permanece em novembro.

À época, a crise deflagrada logo após o feriado prolongado de Nossa Senhora Aparecida fez com que a cidade ficasse com as ruas cheias de lixo. O DAQUI mostrou na ocasião que os atrasos na coleta de resíduos orgânicos estaria relacionada com a quebra frequente de caminhões compactadores.

Desta vez, a Comurg disse, à TV Anhanguera, que as fortes chuvas ocorridas neste mês motivaram um novo atraso no serviço. A justificativa não foi dada. Na matéria veiculada nesta quarta-feira (29), a empresa aponta apenas que tem trabalhado para “resolver os problemas pontuais e normalizar a coleta dentro da programação estabelecida.”

Na Câmara Municipal de Goiânia, a reportagem que fala sobre a possível falta de combustível para os caminhões de coleta de lixo foi discutida pelos vereadores. Isso, pois, o Legislativo aprovou a integralização de capital de R$ 68 milhões à Comurg. O repasse, entretanto, ainda não foi efetivado.

Secretaria

Os parlamentares reclamam de uma possível demora por parte do titular da Secretaria Municipal de Finanças (Sefin), Vinícius Henrique Alves. A reportagem buscou a Sefin para saber se há cronograma para o envio do recurso e por qual motivo ainda não foi feito o repasse, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.

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