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Delegado do Caso Valério Luiz diz em julgamento ter descartado possibilidade de prova adulterada

Reprodução/TV Anhanguera
Delegado Hellyton Carvalho, no júri do caso Valério Luiz

O delegado Hellyton Carvalho, responsável pelas investigações do caso da morte do radialista Valério Luiz, que duraram de julho de 2012 a março de 2015, foi a segunda testemunha a falar na tarde desta segunda-feira (7) no julgamento dos cinco acusados de envolvimento na morte do comunicador. O depoimento durou mais de três horas.

Ao fazer perguntas para o delegado, a defesa dos acusados questionou se provas como, por exemplo, relatórios de ligações telefônicas poderiam ser adulterados, hipótese que foi descartada pelo investigador.
 
Além disso, os advogados questionaram um envolvimento de Valério Luiz com o tráfico de drogas e trouxeram à tona outros possíveis desafetos do jornalista.

O delegado respondeu que a possibilidade do envolvimento com o tráfico de drogas foi levantada e descartada pela polícia, assim como outra linha de investigação.

Hellyton Carvalho revelou detalhes do inquérito durante o julgamento e afirmou que a conclusão foi de que o homicídio teria acontecido por causa da vida profissional do radialista. “Ouvimos dezenas de testemunhas, produzimos muitas provas técnicas, quebras de sigilos telefônicos, até que chegamos ao indiciamento dos cinco acusados”, disse Carvalho.

Com relação aos envolvidos, o delegado ressaltou que houve contato entre Urbano Malta, acusado de ser cúmplice do assassinato, e Maurício Sampaio, acusado de ser o mandante, no dia do crime. “Ele (Urbano Malta) esteve no cartório de Maurício Sampaio e deu a notícia (da morte) pessoalmente”, disse.

Nenhum motivo pessoal

Segundo afirmou o delegado, Urbano Malta não teria motivo pessoal para executar a vítima e que não vê nenhuma relação dele com Valério Luiz. “Marcus Vinícius (apontado pela polícia como o responsável por oferecer moto, capacete, camiseta e arma utilizados por Ademá no crime) destacou que a função do Urbano era ficar de olheiro perto da rádio para avisar ao atirador que viesse e executasse o crime”, destacou Carvalho, ressaltando ainda que Maurício Sampaio era patrão de Urbano. 

O delegado Hellyton Carvalho relatou que Urbano pediu para Marcus mudar caracteres da placa da moto e que Ademá Figueiredo saiu do açougue sendo escoltado por uma viatura descaracterizada e depois voltou ao local ainda escoltado, entregando a arma e a motocicleta. 

“Nas investigações confirmamos um vínculo entre Vinícius e os policiais militares (acusados) mesmo eles negando. Encontramos várias ligações do Marcus para Djalma, para Figueiredo e para o capitão Câmara, que era lotado abaixo do Coronel Urzêda”, disse Carvalho. 

Ao ser questionado pela promotoria, o delegado afirmou que a investigação foi aprofundada após uma carta apócrifa que chegou à Polícia Civil com denúncias sobre o crime.

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