Ao todo, 56 cidades goianas estão em situação de emergência devido o aumento no número de casos de dengue, segundo a superintendente de vigilância em saúde de Goiás, Flúvia Amorim. A informação foi divulgada durante o programa Jacskon Abrão entrevista desta segunda-feira (29). (Confira a lista completa das cidades ao final da matéria)"Hoje temos cerca de 50 municípios no estado que estão em situação de emergência, ou seja, em situação de epidemia porque aumentou muito o número de casos”, informou a superintendente. De acordo com Flúvia, apesar de apenas 56 cidades estarem em situação de emergência, todo o estado está em situação de alerta por conta da doença. Por isso, o governador Ronaldo Caiado (UB) se reuniu com os 246 prefeitos e secretários para tratar do problema. "O governador chamou todos os prefeitos e secretários justamente para passar que hoje todos os o estado de Goiás estão em situação de alerta. Alguns municípios em emergência, mas todos em situação de alerta. É uma situação de guerra”, explicou a superintendente. Conforme Flúvia, para reduzir o número de casos, as pessoas precisam entender que a dengue é um problema de todos e que cada um precisa fazer a sua parte no que diz respeito ao combate do aedes aegypti. "A dengue não é um problema só da saúde. A dengue é um problema muito ligado ao problema ambiental. Cabe a cada cidadão, aos órgãos ambientais, órgãos que tratam da limpeza urbana, da infraestrutura dos municípios, do cidadão também. É um problema de todos e se todos não tiverem essa noção, infelizmente a gente não consegue reduzir”, afirma a superintendente. Flúvia também ressalta que cerca de 80% dos criadouros do aedes aegypti ficam dentro das casas das pessoas. O que reforça a responsabilidade do cidadão para que a transmissão da dengue diminua. "Estudos que mostram que em torno de 80% dos criadouros do aedes aegypti fica dentro dos domicílios. Então, se a gente retira esse criadouro, diminui a quantidade de aedes. Se diminui mosquito, diminui a transmissão da doença”, explica a superintendente. Altas temperaturas e chuvas irregulares Flúvia afirma que as altas temperaturas e as chuvas irregulares, combinadas com a mudança do sorotipo que está circulando contribui para o aumento no número de casos de dengue no estado. "Isso é a combinação perfeita pra o aumento da proliferação do aedes. Aumentando o mosquito, a gente tem aumento de casos. Junto a isso, a gente tem o tipo de vírus que tá circulando. Então, infelizmente hoje a gente tem duas situações que potencializam a ocorrência de casos”, ressalta a superintendente. Como evitar a contaminação De acordo com Flúvia, para evitar de serem picadas as pessoas podem usar repelentes, blusas de manga cumpridas e ar-condicionado. "São boas medidas, agora o inseticida doméstico, alguns estudos mostram que nossos mosquitos têm resistência a vários inseticidas”, afirma a superintendente. Cuidados Para quem está com os sintomas de dengue, Flúvia pontua que é importante evitar a automedicação e iniciar uma hidratação imediata, além de procurar ajuda médica. "Se você está com febre por dois dias ou mais, dor nos olhos, dor de cabeça, dor no corpo, procure um serviço de saúde e inicia uma hidratação imediata e rigorosa para evitar que evolua para a gravidade porque grande parte dos óbitos por dengue acontecem por falta de hidratação. Ou porque não hidratou por via oral, ou porque não tomou soro na quantidade certa”, reforça a superintendente. Vacina Conforme Flúvia, a vacina contra a dengue já chegou ao Brasil e já foram definidos os municípios e faixa etária que receberão as doses. Agora, o estado aguarda uma nota técnica do Ministério da Saúde para saber o número de doses que receberá. "Serão crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos. Essa vacina são duas doses com intervalo de três meses entre elas. A gente ainda não sabe quantas doses receberemos porque das 5 ou 6 milhões que o Brasil vai receber até novembro, o Brasil só recebeu parte delas até agora”, explica a superintendente. Dengue e Covid Flúvia afirma que Goiás caminha para um cenário como de 2022, quando o estado teve muitos casos de dengue e covid ao mesmo tempo. "A gente já começa a observar aumento de casos de Covid também. Então, provavelmente a gente vai caminhar para o que a gente viveu em 2022 quando tivemos dengue e covid ao mesmo tempo. Infelizmente pelos dados de covid até agora, a gente está caminhando para aumento também”, informou a superintendente. Lista completa das cidades em situação de emergência Rio Verde; Turvelândia; São Miguel do Araguaia; Água Fria de Goiás; Alto Paraíso de Goiás; Formosa;Planaltina; Araçu; Nazário; Ouro Verde de Goiás; Alexânia;Anápolis;Campo Limpo de Goiás; Cocalzinho de Goiás;Corumbá de Goiás;Goianápolis; Corumbaíba; Ipameri; Marzagão;Ouvidor;Urutaí;Adelândia; Aurilândia; Palmeiras de Goiás; Paraúna; Sanclerlândia;Turvãnia; Águas Lindas de Goiás; Cidade Ocidental; Cristalina;Luziânia;Novo Gama;Santo Antônio do Descoberto; Valparaíso de Goiás; Bonfinópolis;Edéia; Orizona;São Miguel do Passa Quatro; Campinorte; Mara Rosa;Uruaçu; Caiapônia;Chapadão do Céu;Jataí;Perolândia; Serranópolis;Cavalcante;Teresina de Goiás; Guarani de Goiás;São Domingos;Ipiranga de Goiás;Santa Isabel; Jaraguá;Padre Bernardo;Iporá; Palestina de Goiás.