Aprovada em primeira votação nesta quinta-feira (18), um projeto de lei (PL) de autoria do deputado estadual Amauri Ribeiro (UB) determina a realização de testes nas escolas da rede estadual de ensino e nas unidades da rede pública de saúde de Goiás que, segundo ele, poderão facilitar diagnósticos e apontar indícios do Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças.O projeto tem como objetivo auxiliar no diagnóstico precoce de TEA de crianças na faixa dos 18 aos 24 meses, “embora apenas avaliação médica confirme o resultado nos menores a partir de 2 anos de idade.”No texto do PL, Ribeiro argumenta que “o diagnóstico precoce se torna fundamental para que haja o acompanhamento adequado, embora os sinais do TEA possam ser percebidos antes dos dois anos, não há exame clínico para diagnosticá-lo nessa fase da vida.”A proposta agora precisa passar pela segunda votação e ser sancionada pelo governador do Estado para entrar em vigor.Diagnóstico ajuda, mas suporte é necessário, diz presidente de associaçãoPresidente do Núcleo de Arte e Inclusão do Autista (Naia Autismo), Marcelo Oliveira disse ver com bons olhos o PL em tramitação na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego).Ele destacou que a falta de conhecimento sobre o autismo é um obstáculo para que os pais da criança procurem um profissional para auxiliar no desenvolvimento dela, e que um teste realizado justamente dentro da escola pode contribuir para combater esse problema. “Quando a gente não é do meio [de convivência com pessoas autistas], não temos elementos para identificar. Os sinais estão ali, visíveis”, mas passam despercebidos, afirmou Oliveira.No entanto, o presidente do Naia Autismo chama a atenção para o fato de que diagnóstico, por si só, não é suficiente. “A questão do teste eu enxergo que ela será benéfica. Mas mesmo com o diagnóstico, o suporte nas escolas está muito longe do ideal”, pontuou.Vale ressaltar que, desde dezembro de 2022, a função de acompanhar o educando da modalidade passou a ser do profissional de apoio escolar. A Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc) justificou que a mudança ocorreu para garantir a real inclusão dos estudantes.