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Disparo contra fiel petista em igreja de Goiânia terá reprodução simulada

Reprodução
Davi Augusto foi baleado na perna durante discussão em culto

A Justiça autorizou a prorrogação do prazo para entrega do inquérito que apura os motivos do disparo feito pelo cabo da PM Vitor da Silva Lopes, de 38 anos, na perna de Davi Augusto Souza, de 40, durante uma discussão política dentro do templo da Congregação Cristã do Brasil, no Setor Finsocial, no dia 31 de agosto. É aguardada a realização da reprodução simulada do fato pela Polícia Científica.

A Polícia Civil investiga se o disparo dado pelo cabo no fiel tem a ver com desavença política. O cabo da PM confirmou em depoimento que não cumprimentava mais a vítima por a família dela ser de “petistas em confronto com o que a igreja prega”, além do fato de o irmão de Davi estar, na opinião dele, causando transtornos ao pessoal do templo.

Em decisão proferida nesta quinta-feira (20), a juíza Suelenita Soares Correia, da 5ª Vara Criminal de Goiânia, deu mais 90 dias para que o 21º Distrito Policial concluísse as investigações.

A delegada Amanda Menuci Petelinkar afirmou que todos os depoimentos já foram tomados, mas ainda que ainda faltam as diligências da PTC e a conclusão de um laudo complementar que mostraria a gravidade da lesão sofrida por Davi.

“A extensão do prazo é de extrema necessária para dirimir qualquer duvida acerca dos fatos ora investigados por esta delegacia”, afirmou a delegada em sua petição.

Uma semana antes do culto no qual houve o disparo, o motorista de aplicativo Daniel Augusto Souza, de 45 anos, frequentador do templo no Finsocial, e irmão de Davi, havia dado entrevista para um site afirmando que os líderes religiosos do local estariam orientando os fiéis a não votarem em candidatos de esquerda nestas eleições, mais especificamente os do Partido dos Trabalhadores (PT), “da bandeira vermelha”. No dia do tiro, Daniel e o líder do templo iriam, inclusive, fazer uma conciliação pública, ambos se perdoando.

O cabo da PM alega que agiu em legítima defesa porque durante a briga que antecedeu o disparo tentaram pegar a arma dele. Já Davi diz que não sabe o motivo do tiro, mas que foi uma agressão sem justa causa e que o irmão foi ameaçado por policiais após o ocorrido.

Em seus depoimentos na delegacia, tanto Davi como Vitor afirmaram não ter intenção de entrar com representação um contra o outro. Vitor também disse que já foi procurado pela família da vítima para apaziguar a situação, enquanto Daniel contou que procurou Vitor para colocar um ponto final na briga após terem sido ameaçados por outros policiais.

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