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Docentes da UEG iniciam greve nesta sexta-feira (1º)

Fábio Lima
Docentes da UEG durante ato realizado no início da manhã desta sexta-feira (1º)

A greve dos docentes da Universidade Estadual de Goiás (UEG) teve início nesta sexta-feira (1º), a partir de um ato realizado no início da manhã, na Praça Cívica, em frente ao Palácio Pedro Ludovico Teixeira. O movimento foi convocado pela Associação dos Docentes da UEG (Adueg), e aprovado em assembleia, no dia 22 deste mês. Segundo os organizadores, a greve - por tempo indeterminado - é uma resposta à ausência de diálogo do Governo de Goiás junto à categoria. 

De acordo com a Adueg, o movimento apresenta duas pautas centrais: o acesso à proposta de Plano de Carreiras dos Docentes da UEG, em andamento na Secretaria de Estado de Administração (Sead), bem como a participação no grupo de trabalho que trata do tema, e a extinção do quadro de vagas que limita as progressões por titulação e impede que os docentes recebam conforme sua qualificação. 

No dia 21, dois dias após o início do semestre letivo, chegou a acontecer uma mobilização em 17 unidades universitárias e quatro câmpus. Contudo, de acordo com a Adueg, ainda não houve um posicionamento do governo de Goiás acerca das reivindicações. 

"O que o governo fez foi devolver a minuta com a proposta de Plano de Carreira aprovada pela Adueg, ao invés de encaminhá-la à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), e com um agravante: não considerando a classe 5, que compreende os profissionais com pós-doutorado”, explicou o presidente da Adueg, prof. Marcelo Moreira. 

Em nota, a Universidade Estadual de Goiás (UEG) informou que “mantém diálogo contínuo e busca interlocução entre a Associação dos Docentes e o Governo de Goiás para as questões salariais.” De acordo com o comunicado, a proposta de alteração do plano de carreira para os professores da Universidade foi elaborada por comissão formada pelo Conselho Superior Universitário da UEG (CsU) e aprovada, posteriormente, pelos membros do Conselho. O documento foi entregue à Secretaria de Estado da Administração (Sead) para análise.  

Ainda segundo a UEG, paralelo ao Plano de Carreira, o CsU encaminhou proposta à Sead para apenas o desbloqueio de alguns níveis da atual carreira docente. Nesta semana, a Reitoria da UEG recebeu solicitação da Sead para que fizesse adequações técnicas em proposta enviada pela Universidade com o objetivo de desbloquear as promoções dos docentes.  

"Assim, a partir da solicitação da Sead, foi realizada na última quarta-feira (29) uma reunião extraordinária do CsU e formado um grupo de trabalho para tratar sobre adequações na proposta. A proposta resultante do grupo de trabalho deverá ser aprovada pelo CsU e, em seguida, encaminhada à Sead com a provável necessidade de encaminhamento de projeto lei à Alego”, finaliza a nota. 

Ao Daqui, a Sead informou, em nota, que "o projeto citado pelos manifestantes está em discussão em grupo formado por integrantes da Sead e UEG". Pontuou ainda que conforme o projeto avance, convidarão os servidores interessados para debate e participação, "assim como ocorre com as demais carreiras (como Seduc, Saúde, entre outras)".

Entenda 

Conforme informado pela Adueg, a mudança de classes na UEG está congelada há seis anos. Dessa forma, os profissionais que obtiveram títulos ao longo de sua atuação na Universidade não tiveram sua remuneração atualizada conforme o nível acadêmico alcançado. Esse cenário, segundo a explicação da Adueg, é causado pela existência do Quadro de Vagas, anexado ao Plano de Carreira da categoria. É esse quadro que define a quantidade de especialistas, mestres, doutores e profissionais com pós-doutorado que a Universidade deve ter.

Apoio 

Nas redes sociais, os alunos manifestaram apoio à greve dos docentes. Em uma publicação, os discentes do Câmpus Cora Coralina, da cidade de Goiás, frisaram alguns pontos de reivindicação, como: acesso automático dos docentes na progressão da carreira de acordo com a titulação; salário de acordo com a titulação e garantia do RTIDP fluxo contínuo. 

Também houve manifestação do Câmpus metropolitano, em Aparecida de Goiânia. “Nos solidarizamos com os colegas docentes que estão há anos numa fila de espera para promoção de classe por titulação e até agora sem sucesso, em razão de travas impostas pela legislação. Essa situação é um desrespeito a toda a categoria de profissionais que se capacitam e planejam sua vida familiar e trajetória de trabalho a partir de uma expectativa de evolução na carreira.” 

A Associação dos Estudantes da UEG, por sua vez, informou apoio ao movimento de greve e também de “toda e qualquer medida tomada pelos docentes que visa as melhorias para o trabalho docente. Portanto, fica terminante nosso apoio a luta e movimento grevista a Adueg, para que possamos conseguir unir forças para enfrentar esse momento tão importante e delicado.”  

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