Geral

Dono da Tropical Pneus e filhos têm prisão convertida para preventiva

Reprodução
Dono da Tropical Pneus e os filhos

O proprietário da Tropical Pneus, Sérgio Carlos Ferreira, 62 anos, seus dois filhos, Sérgio Carlos Ferreira Filho e Rafael Xavier Ferreira, permanecerão presos por suspeita de fraude em licitações de pneus para prefeituras de Goiás e mais três estados. Audiência de custódia realizada na tarde desta quarta-feira (27) converteu suas prisões em preventivas.

Também foram convertidas em preventiva as prisões de Paulo Augusto Monteiro, o contador das empresas e do representante comercial da Tropical que participava dos processos licitatórios, Wener Miranda da Silva. A Justiça determinou prisão domiciliar para Lisa Fabiana Barros, advogada que assessorava o grupo, e de Clodoaldo José Barbosa, sócio de algumas empresas investigadas e que, segundo o Ministério Público de Goiás, era o líder do esquema no momento, porque Sérgio estava isolado há meses por causa da Covid-19.

A Operação Fator R, deflagrada na manhã desta terça-feira (26) pelo Ministério Público do Estado de Goiás apura fraudes em licitações envolvendo a Tropical Pneus, que teria criado pelo menos seis pequenas empresas para concorrerem entre si em licitações em Goiás, Mato Grosso, Tocantins e Bahia. No total, a estimativa é de que a movimentação do grupo tenha somado mais de R$ 71 milhões ao longo de 10 anos e só em Goiás teria participado de certames de 229 cidades.

As investigações iniciadas há três anos se concentraram em processos de 2010 para cá por causa do risco de muitos dos supostos crimes terem já prescritos. 

A apuração apontou que, com a criação das pequenas empresas, a quadrilha conseguia vencer licitações seja fingindo concorrência entre elas ou participando de processos exclusivos para micro ou pequenas empresas em melhores condições, já que eram um grupo maior. As investigações também apontam casos em que se buscou concorrente para negociar previamente valores e burlar o edital.

Em nota, nesta quarta-feira, o advogado Romero Ferraz Filho, que representa a maioria dos que tiveram a prisão autorizada, sustenta que não há crime no planejamento sucessório, instrumento jurídico que prevê, inclusive, a criação de empresas, que, por sua vez, resguardam questões tributárias dentro dos limites legais e que todos os fatos serão esclarecidos. “Portanto, não há nada que justifique as prisões”, afirmou à época.

Comentários
Os comentários publicados aqui não representam a opinião do jornal e são de total responsabilidade de seus autores.
ANUNCIE AQUI