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Doria diz querer Alckmin no PSDB e não comenta a respeito da aliança de ex-aliado com Lula

Sérgio Lima / Poder360
O Governador de São Paulo, João Doria, é o presidenciável do PSDB para 2022

Agora presidenciável do PSDB, o governador de São Paulo, João Doria, afirmou nesta segunda-feira (29) que gostaria que o ex-governador Geraldo Alckmin permanecesse no PSDB.

Alckmin já anunciou que está de saída do partido, mas aguardou as prévias para isso -ele apoiou o candidato derrotado, Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul.

"Gostaria que ele permanecesse no PSDB, mas essa é uma decisão soberana do governador Geraldo Alckmin", disse.

Questionado sobre o fato de Alckmin poder ser seu adversário nas urnas, como vice do ex-presidente Lula (PT), Doria afirmou que preferia não comentar esse tema.

Doria afirmou ainda que é cedo para se comprometer a ser candidato a vice numa chapa com o ex-juiz Sergio Moro (Podemos).

Doria afirmou ter "profundo respeito por Sergio Moro" e que agendou com ele uma conversa após sua viagem aos Estados Unidos, marcada para esta semana, de quarta (1º) a sábado (4). O governador de São Paulo disse ainda ter marcado conversas com outros presidenciáveis, mas não mencionou nomes.

"Agora é hora de união, do com diálogo e do entendimento, primeiro dentro do PSDB e depois com partidos podem compor essa frente democrática", disse em entrevista à imprensa.

Doria afirmou ainda que pretende romper sua rejeição com o eleitorado fazendo campanha. "É se apresentar, dialogar, debater, olhar nos olhos das pessoas e visitar o Brasil", disse. O governador afirmou que, aos fins de semana, a partir de janeiro, vai rodar o país.

Na entrevista à imprensa, Doria afirmou que anunciará seis nomes de sua equipe econômica até o fim da próxima semana. "Não teremos 'posto Ipiranga', todos os seis serão protagonistas", disse, ressaltando que um dos nomes é o secretário da Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, e que três integrantes serão mulheres.

Doria voltou a dizer que gostaria de ter uma mulher como candidata a vice-presidente.

O governador de São Paulo venceu as prévias presidenciais do PSDB no sábado (27), por 54% contra 44,7% de Leite.

Doria afirmou que logo antes da entrevista, estava falando ao telefone com Leite, a quem elogiou como "brilhante, competente e dedicado". "Todos nós estaremos juntos a partir de agora", disse.

O governador afirmou ter combinado uma conversa com Leite quando voltar dos EUA e disse ter sido um equívoco a notícia de que teria convidado Leite para coordenar sua campanha à Presidência da República.

No domingo (29), Doria afirmou à Folha de S.Paulo ter convidado Leite para integrar o comando de sua campanha, "em uma posição de protagonismo".

Leite, no entanto, afirmou à reportagem que não se vê numa posição de coordenação da campanha presidencial de Doria.

"Permaneço no PSDB, mas não me vejo coordenando uma campanha presidencial, pois serei governador até o último dia do meu mandato e não imagino poder coordenar algo desta dimensão nacional estando focado nos problemas e soluções do meu estado", disse.

Reforçando a avaliação de aliados do gaúcho de que a união em torno de Doria é tarefa muito difícil, Leite fez questão de marcar sua distância do governador paulista.

"Além disso, penso que deve haver uma sinergia entre candidato e coordenador que seja maior do que o simples fato de estarem no mesmo partido. Imagino que o governador Doria busque alguém afinado com sua forma de pensar e fazer política, para além de uma visão meramente partidária", completou.

"Eu não fiz esse convite, eu convidei Eduardo para dialogar e ele aceitou", disse Doria, ressaltando que gostaria que Leite tivesse "um papel de protagonismo na campanha do PSDB, na nossa campanha, na campanha de todos nós".

"Mas não a coordenação, eu jamais faria esse convite, não porque faltem méritos. Mas ele é governador do Rio Grande Do Sul, ele volta a fazer seu papel. [...] Fisicamente ele fica no Rio Grande do Sul e precisamos de um coordenador que fique próximo do candidato", disse Doria.

"Ele terá protagonismo sim, mas isso será objeto de conversa no nosso retorno da viagem", completou. O presidenciável elogiou também o presidente do PSDB. "Não é fácil tomar a decisão de fazer prévias a nível nacional, foi um gesto de grandeza e coragem de Bruno Araújo", disse.

Doria evitou demonstrar apetite pelo controle do PSDB, que deve fazer convenção em maio de 2022 para definir um novo presidente. O governador paulista não confirmou se vai pleitear o posto e desconversou.

A respeito da permanência ou não, no PSDB, do deputado Aécio Neves (MG) e de outros tucanos considerados bolsonaristas, que são rivais internos de Doria, o governador também evitou responder, dizendo que o assunto cabe a Araújo.

Antes da entrevista coletiva na tarde desta segunda, um jingle de Doria ecoava na sede do PSDB paulista. A letra fala em "João Doria trabalhador" e "João Doria vacinador", além de "pai da vacina".

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