Durante a missa da noite do último domingo (13), um padre de Itapuranga fez uma dura crítica ao Projeto de Lei 6.299, apelidado de “PL do Veneno”, que flexibiliza a autorização de uso de agrotóxicos e aumenta o poder do Ministério da Agricultura na questão. Celso Leonel Carpenedo chegou a citar o nome dos deputados federais goianos e pediu que, nas próximas eleições, os fiéis se atentassem em quem “votou contra e a favor da vida”.O nome de Carpenedo repercutiu em Goiás em março do ano passado, após o sacerdote pendurar uma faixa em frente à igreja, em Itapuranga, em homenagem aos mortos pela Covid-19. “Pela dureza de mente e coração de muitos cristãos”, dizia a faixa, junto com o número de óbitos na época (251 mil).Desta vez, chamou atenção a fala sobre a aprovação do “PL do Veneno”, ocorrida na última quarta-feira (9), ao qual Carpenedo se referiu como “uma praga, uma maldição”. “Nosso povo está doente, nós temos muitas situações de câncer, inclusive em Itapuranga. Tem veneno demais [...].A vida de vocês diz respeito à Igreja. A saúde de vocês diz respeito à Igreja. Se nós não defendermos a saúde, que religião é essa? Que fé e essa?”, disse.“Lembrem: tem eleição este ano”Carpenedo abriu uma lista no celular e citou o nome dos deputados federais que votaram contra e a favor do PL 6.299. O padre destacou o deputado federal Francisco Júnior, notadamente ligado à Igreja Católica, que votou pela aprovação do projeto.Segundo o sacerdote, Francisco Júnior votou pelo veneno e não “obedece sequer o papa Francisco”. “Não obedece a carta do papa, Laudato Si, que pede a diminuição dos venenos”, afirmou.Carpenedo mencionou ainda as eleições e pediu que o povo se lembrasse do voto de cada parlamentar. “Lembrem, tem eleição esse ano. Procurem quem votou contra e quem votou a favor da vida, quem votou a favor de nós. Não pode, não dá”.“Política com P maiúsculo”Antes de passar ao segundo assunto, no qual diz ter havido uma “trama” por parte de vereadores para retirar um médico da unidade de saúde Itapuranga, o padre argumenta que o Evangelho precisa fazer a defesa da vida, o que justifica a abordagem daqueles temas durante a missa.“Vocês podem perguntar: isso é coisa de falar na Igreja? É. E se a gente não falar, estamos traindo o evangelho de nosso senhor Jesus Cristo, porque a defesa da vida é a ‘Politica com P maiúsculo’. O papa Francisco diz que a melhor forma de fazermos caridade é a ‘Politica com P maiúsculo’”, arremata.