Geral

Empresários, advogados e funcionários de bancos são suspeitos de fraudes e desviar R$ 40 milhões

Divulgação
Operação Paper Land investiga fraudes na obtenção de financiamentos agropecuários, em Goiás

Agentes da Polícia Federal (PF) cumpriram 18 mandados de busca e apreensão nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Acreúna e Rio Verde, nesta terça-feira (16), em uma operação que visa coibir a prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional. 

O Daqui não localizou a defesa dos suspeitos até a última atualização desta reportagem.

Chamada de Paper Land, a operação d escobriu uma organização criminosa que estava fraudando o Sistema Financeiro Nacional para obter vantagens ilícitas em financiamento rural. 

Segundo a PF, os alvos da operação são empresários, advogados e funcionários públicos que fraudavam a obtenção de financiamentos agropecuários através do uso de documentos falsos e corrupção de profissionais credenciados junto à Caixa Econômica Federal. 

"Estão sendo cumpridas buscas em três camadas da organização criminosa: núcleo de gestão integrado por empresários e advogados; núcleo operacional integrado por pessoas que contratam com a Caixa o interesse da administração, operadores financeiros dos valores, funcionários públicos e, por fim, alguns laranjas e testas de ferro desse grupo”, disse o delegado Vitor Bueno Cardoso, coordenador da operação. 

Ao Daqui, a Caixa Econômica Federal disse, por meio de nota, que atua conjuntamente com a Polícia Federal na identificação e investigação de casos suspeitos e na prevenção e combate a fraudes e golpes (leia a nota na íntegra ao fim da matéria).

Como a fraude foi descoberta? 

De acordo com a PF, a investigação teve início após um cartório recusar o registro de uma cédula de crédito rural por indício de falsificação. A Caixa Econômica foi comunicada, fez uma apuração preliminar que constatou a existência de fraude e remeteu a documentação para a Polícia Federal. 

“Em fevereiro de 2024, iniciamos as investigações e vimos que para além daquela cédula de crédito havia, pelo menos, mais 15 contratos com os mesmos vícios, modus operandi. Com o decorrer das investigações foram identificados os elementos que faziam parte da organização criminosa que era vocacionada para fraudes em financiamento rural”, disse o delegado Vitor Bueno Cardoso. 

No curso da Operação Paper Land, a PF fez diligências e descobriu que o grupo criminoso era formado por empresários, advogados e funcionários de instituição financeira fraudavam a obtenção de financiamentos agropecuários através do uso de documentos falsos e corrupção de profissionais credenciados junto à Caixa Econômica Federal. 

As fraudes aconteciam com falsificação de documentos relativos a imóveis rurais. Desde falsificações grosseiras como alteração de selo e de reconhecimento de assinaturas, até fraudes mais sofisticadas envolvendo certidões de matrícula de cartório de registro desses imóveis”, relata o delegado responsável pela operação. 

A Operação Paper Land desmascarou um esquema que causou um prejuízo superior a R$ 40 milhões à instituição financeira, apenas nos anos de 2022 e 2023. A Justiça determinou o bloqueio de contas bancárias utilizadas pelos investigados e o sequestro de ao menos 48 imóveis e 44 veículos de propriedade do grupo criminoso, além da constrição de criptoativos.  

Segundo a PF, a soma das penas dos crimes praticados pode ultrapassar 42 anos de reclusão para alguns dos investigados.

Nota Caixa Econômica Federal

"A CAIXA informa que atua conjuntamente com a Polícia Federal e demais órgãos de segurança pública na identificação e investigação de casos suspeitos e na prevenção e combate a fraudes e golpes.  

A CAIXA esclarece que informações sobre eventos criminosos em suas unidades são repassadas exclusivamente às autoridades policiais e ratifica que coopera integralmente com as investigações dos órgãos competentes.  

Adicionalmente, esclarecemos que a CAIXA possui estratégia, políticas e procedimentos de segurança para a proteção dos dados e operações de seus clientes e dispõe de tecnologias e equipes especializadas para garantir segurança aos seus processos e canais de atendimento."

Comentários
Os comentários publicados aqui não representam a opinião do jornal e são de total responsabilidade de seus autores.
ANUNCIE AQUI