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Empresa é indiciada por maus-tratos contra porcos, além de jogar carcaças em área de preservação

Reprodução/PCGO
Porcos foram encontrados magros e sem comida

A Polícia Civil indiciou, nesta terça-feira (25), a empresa Casarão Agronegócio e dois proprietários pelos crimes de maus-tratos de animais e poluição ambiental, por conta de descarte irregular de carcaças, na criação de porcos mantida pela empresa, na zona rural de Cezarina. No local, a polícia verificou a existência de porcos desnutridos e alguns já até mortos e cobertos de moscas entre os demais.

A investigação teve início em meados do ano passado, após visita do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Goiás à área usada pelo Casarão Agronegócio (empresa que se difere do restaurante Casarão Goiano, presente na mesma região) para suinocultura.

Em relatório remetido à polícia, o Conselho revela ter encontrado “matrizes [fêmeas] e leitões que aparentavam as costelas, cochos estavam vazios e apenas alguns apresentavam água”. O órgão informou ainda ter verificado animais machucados pelas grades e alguns já mortos e empilhados em baias e baldes.

Questionada, a filha do gerente da fazenda, que acompanhava a fiscalização, contou que os animais haviam morrido de fome, uma vez que a ração era colocada somente uma vez por dia.

O lugar chegou a ser autuado na ocasião da visita do Conselho.

De acordo com o delegado Luziano Carvalho, que indiciou o Casarão e seus responsáveis pelos crimes previstos nos artigos 32 e 60 da Lei de Crime Ambiental – construção de estabelecimentos ou serviços potencialmente poluidores e sem licença, e de maus-tratos contra animais -, ficou concluído que “estava havendo maus-tratos” no lugar.

“A Polícia Civil também esteve no local e constatou essas irregularidades, além do descarte irregular e de, possivelmente, ter crimes até mais graves, ou seja da própria poluição”, afirmou o delegado, que disse ter verificado que as carcaças de porcos eram descartadas de forma irregular às margens de um córrego local.

“A busca nossa é para que haja uma adequação”, concluiu.

Em nota, a Casarão Alimentos, que atualmente detém a suinocultura, destacou que as denúncias em questão foram verificadas na gestão passada e que, com a nova gestão, a empresa segue as devidas exigências das autoridades.

Já o restaurante Empório Casarão Goiano declarou que, apesar do nome, não possui qualquer ligação com a empresa indiciada.

Veja abaixo a nota na íntegra da Casarão Alimentos:

"Nós do Casarão Alimentos declaramos que as informações contidas na matéria "Empresa é indiciada por deixar porcos feridos passando fome em fazenda e jogar carcaças em área de preservação" publicada hoje, 26 de abril de 2023, em O Popular, se referem à ação do ano passado que agiu sobre atividades anteriores à gestão atual da marca.

É relevante dizer que as operações atuais do Casarão Alimentos seguem devidamente as regras e exigências de acordo com os órgãos responsáveis e, inclusive, sobre suas fiscalizações.

As atividades do Casarão Alimentos não têm e nem tiveram ligação com as ações investigadas e noticiadas na matéria. Reafirmamos que nossa suinocultura seguem os parâmetros exigidos e os procedimentos não envolvem maus-tratos e descartes incorretos. 

As ações realizadas no passado por outras administrações não possuem relação alguma com os princípios e conduta da atual gestão do Casarão Alimentos."

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