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Energia para ônibus elétricos do Eixo Anhanguera abasteceria 800 casas

Wildes Barbosa
Previsão é que a frota de ônibus elétricos seja adquirida gradativamente, o que favorece a operação neste primeiro momento

O abastecimento da frota de ônibus elétricos que vai operar no Eixo Anhanguera vai precisar de adequações na carga de energia a ser liberada para a garagem da Metrobus, concessionária que vai operar os veículos.

A empresa apresentou um projeto para a Equatorial, empresa de distribuição de energia em Goiás, com o pedido de liberação de carga de 10 megavolt-ampére (MVA) para o abastecimento dos 83 veículos elétricos que devem ser adquiridos até o fim deste ano. Essa potência de energia seria o suficiente para abastecer 800 casas populares com carga até 10 quilowatt (kW) e fator de potência médio de 0,8.

O cálculo foi feito, a pedido do jornal, pelo presidente da Associação Brasileira de Engenheiros Eletricistas Regional de Goiás (ABEE-GO), Petersonn Caparrosa. Segundo ele, 10 MVA é “uma potência bem significativa, grande, inclusive”.

“Para termos uma dimensão disso, há condomínios verticais aqui em Goiânia que são atendidos por transformadores cuja potência é de 150 kVA (ou quilovolt-ampère)”, explica. Com isso, a potência calculada pela Metrobus e pedida à Equatorial poderia abastecer 66 condomínios de 13 andares, com quatro apartamentos por andar da capital.

“Essa potência daria para atender dois shoppings do porte do Passeios das Águas e ainda sobraria algo em torno de 1,6 MVA para atendimentos diversos. É uma potência considerável. Por certo, houve um estudo técnico com base na potência necessária para recarregar essa quantidade de ônibus”, afirma Caparrosa.

De acordo com a Metrobus, com essa potência totalmente instalada, será possível carregar toda a frota disponível na operação. “Importante ressaltar que o número de carregadores a serem instalados, como também da logística de carregamento interferirá no quantitativo de ônibus a carregar.”

A previsão é que a frota de ônibus elétricos seja adquirida gradativamente, o que favorece a operação neste primeiro momento. Até julho deste ano, deverão estar em uso no Eixão somente seis ônibus elétricos. A frota estará completa ao fim do ano, quando é prevista também a finalização das alterações que deverão ser realizadas pela Equatorial.

A concessionária de distribuição de energia elétrica informou que para por em prática o plano apresentado pela Metrobus serão necessários “ajustes nos sistemas de alta e média tensão na subestação Goya para conexão da carga solicitada pelo cliente demandante”.

Este foi o segundo plano apresentado pela Metrobus. O primeiro, ainda no começo do ano passado, foi feito com base em um outro sistema de aquisição dos ônibus, que seriam alugados a partir de um edital elaborado pelo Governo de Goiás. Apenas em meados de 2023 surgiu a proposta de mudança no sistema metropolitano de transportes coletivos, com a criação de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) com todas as concessionárias para os investimentos no setor, a partir dos recursos do subsídio pago pelos entes metropolitanos.

Este plano foi fechado no dia 17 de janeiro passado e prevê todo o carregamento da frota na garagem da própria Metrobus, localizada próximo ao Terminal Padre Pelágio, em Goiânia. O aumento da carga liberada para a empresa, incluindo as melhorias nas subestações, é também um modo de garantir a continuidade do abastecimento de todas as unidades consumidoras abastecidas pela subestação Goya. A preocupação tem ocorrido em todo o País a partir do aumento da demanda pelos sistemas municipais pela eletrificação da frota, o que mostrou a necessidade de investimentos na área.

Segundo a Equatorial, “o aporte de recursos para viabilização dos ajustes necessários, atenderá restritamente o disposto na regulamentação vigente, que tem como premissa o tratamento isonômico dos pedidos”.

A previsão é que se tenha uma tarifa diferenciada para a concessionária de transporte. Além disso, também deverão ser feitas adequações pela própria Metrobus. Segundo a empresa, “será necessária a construção de uma estrutura interna para receber alimentação da distribuidora, tais como circuitos de proteção, geradores e carregadores”. Esses investimentos também serão realizados pela SPE do sistema de transporte.

Obra em terminal vai ser sem interdições

As obras de requalificação do Terminal Novo Mundo, iniciadas no dia 29 de janeiro, têm ocorrido sem a necessidade de interdições nas plataformas e na operação local. Segundo a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) a construção foi programada para ocorrer de forma gradativa, “sem a retirada da cobertura geral existente, com a demolição e reconstrução das edificações de apoio e com o terminal em uso para operação de transporte coletivo”. Não haverá interrupção de pista para passagem dos ônibus do Eixo Anhanguera e das linhas Alimentadoras. 

“A execução da obra será faseada a fim de garantir seu curso e ainda, o uso do terminal para operação de transportes. Os serviços que demandam uso de equipamentos que obstruam as pistas, deverão ser executados fora do horário de funcionamento do terminal”, segundo a CMTC. No entanto, poderá ocorrer interrupções parciais de trechos, tanto nas plataformas alta e baixa, “porém com garantia de acessos de clientes e área suficiente para a manutenção da operação contingencial”.

A situação é diferente com relação à reforma que está ocorrendo na plataforma da Estação Hemocentro, no Setor Oeste, também iniciada no fim de janeiro deste ano. “A Estação Hemocentro pela proximidade com o Terminal Praça A e Estação Lago das Rosas, as obras serão executadas sem a necessidade de estação provisória. Neste sentido, a Estação Hemocentro ficará fechada, ou seja, sem operação, até a conclusão das obras, tendo os passageiros que se deslocar para o Terminal Praça A ou Estação Lago das Rosas (distância média de 500 metros)”, explica a CMTC.

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