Ao percorrer as quase 150 páginas do seu mais novo livro,"Entre Esplendores e Misérias", o escritor goiano Adalberto de Queiroz, cronista do jornal O Popular, convida os leitores a partilharem os 69 anos de sua jornada como se estivessem diante de um confidente. Desde uma infância permeada pela pobreza e o abandono até as conquistas alcançadas ao longo da vida. O lançamento da obra será nesta quinta-feira (29), a partir das 19 horas, com sessão de autógrafos na Biblioteca do Sesc Centro. A entrada é gratuita.A obra contém uma seleção de 32 crônicas publicadas nos últimos dois anos por Adalberto de Queiroz quinzenalmente às segundas-feiras. Já a edição do livro ficou sob a batuta do escritor Iuri Godinho, que também assina o posfácio. “Toda a sequência dos textos foi organizada para retratar que o meu ontem foi de miséria e que o meu hoje é o esplendor. O livro traz esses dois momentos da minha vida, do menino órfão ao viajante profissional que conheceu diversos cantos do mundo”, comemora o autor.Adalberto conta que a princípio escolheu mais de 50 crônicas, realizou poucos ajustes, como a inclusão completa dos poemas que encerram seus textos, uma marca registrada das suas publicações. Posteriormente, enviou o material para Iuri Godinho, que fez o corte final e pinçou o título.Na crônica "Passadas que Não Passam", por exemplo, o autor fala sobre futebol e recorda que essa paixão começou ainda no orfanato graças às opções de lazer e entretenimento que incluíam uma quadra de salão e um campo de futebol sem grama. No mesmo texto, ele lembra o dia em que o maior jogador de todos os tempos, Pelé, (1940-2022) esteve em Goiânia e que assistiu ao jogo ao lado de um primo. “Assistimos no Estádio Olímpico, com as mãos grudadas no alambrado, postados na lateral próxima ao sol defendido pelo Santos, onde vi o time paulista começar perdendo para o Goiás.”Em outra publicação, batizada de"O Fim de Toda Mágoa", Adalberto revela que não guarda nenhuma lembrança do pai biológico. “Nunca dividimos um lar. Jamais o conheci. Minha genitora tem tudo a ver com o pouco (ou nada) que sei do meu pai. Também nunca dividi um lar com ela. Não a culpo mais pela ausência que ambos fizeram ao coração do menino que fui”, escreveu. Nascido em Goiânia em 1955, o cronista foi criado como órfão num abrigo em Anápolis, de onde saiu para estudar Física na Universidade Federal de Goiás (UFG), depois Comunicação Social na UFRGS, no Rio Grande do Sul.Trajetória[O cronista também é pós-graduado em Marketing pela FGV/RJ e especialista em Estudos Medievais pela Universidade do Novo México (EUA). Em Porto Alegre, fez parte de um grupo de jovens escritores no Clube de Cultura e participou das antologias 'Qorpo Insano' (1979) e 'Veia Poética' (1980). Incentivado pelo poeta Brasigóis Felício, em 1985, lançou seu primeiro livro individual, 'Frágil Armação'. Nesse período, Adalberto conciliava a paixão pela escrita com a vida de empresário. Ele tinha duas empresas na área de tecnologia da informação e essa rotina o afastou da literatura por 26 anos.“Esse período foi importante porque eu notei que precisava desenterrar esse meu talento de escrever depois de vários anos dedicados à família e aos negócios. Falei para o meu sócio que ia tirar um ano sabático, fui para o EUA, passei uma temporada com a minha filha e fiz uma especialização de verão. Depois resolvi vender as empresas porque tinha a intuição que não queria mais mexer com isso e voltei para os livros”, recorda-se. A retomada de Adalberto foi em 2015, quando organizou um grupo de debates e divulgação de literatura e coordenou e publicou 'Literatura Goyaz: Antologia', com a participação de 45 escritores.Embalado, mais tarde foram lançados 'Destino Palavra' (2016), 'O Rio Incontornável' (2017), 'Os Fios da Escrita' (2020), 'Cadernos de Sizenando' (2022) e "Entrelinhas" (2023). Adalberto faz questão de lembrar que, apesar dos quase 30 anos sem publicar, ele não ficou longe da literatura. “Goyaz foi interessante, um arranque legal para me dedicar mais à profissão literária. Mas nunca deixei de escrever. As gavetas e arquivos de Word ficaram cheios. Mantinha a minha vida de empreendedor, mas não abandonei o meu prazer pela cultura em geral. Tenho a certeza que fiz a escolha certa”, celebra. Lançamento do livro: Entre Esplendores e MisériasAutor: Adalberto de QueirozData: Quinta-feira, 29 de fevereiroLocal: Sesc Centro – Rua 15, esquina com Rua 19, CentroEditora: Contato ComunicaçãoPáginas: 150Preço: R$ 45Entrada franca