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Estação espacial chinesa cai na terra neste domingo após 7 anos em órbita

CMSE/China Manned Space Engineering Office
A previsão é de que a estação espacial caia na Terra entre 27 de março e 8 de abril

Cientistas preveem que os restos da estação espacial chinesa Tiangong-1, que entrou em órbita em 2011, devem cair na Terra nesta segunda-feira (2), no horário chinês - no Brasil, é neste domingo (1º). A Tiangong-1 faz parte do programa espacial da China e era o protótipo para uma estação tripulada, que tem previsão de lançamento para 2022.

A projeção da Agência Espacial Europeia (ESA) é que ela toque a Terra por volta de 7h25, no horário de Pequim (21h25 de domingo no horário brasileiro). A previsão é que maior parte da estação exploda quando chegar à atmosfera. Contudo, alguns pedaços podem não ser destruídos durante a explosão e atingir a superfície terrestre.

O Departamento de Engenharia Espacial da China explica que não haverá uma colisão, como nos filmes de ficção científica. Mesmo assim, a explosão "se transformará em uma esplêndida chuva de meteoros".

Onde ela vai cair?

De acordo com a Agência Espacial Europeia, a estação deve retornar à atmosfera em "algum lugar entre 43º N e 43ºS", cobrindo um vasto trecho entre o norte e o sul da linha do Equador, ou seja, numa faixa que compreende a Nova Zelândia e a metade oeste dos Estados Unidos.

Como ela irá cair?

A estação está caindo gradativamente e pode atingir uma velocidade de 26 mil quilômetros por hora. "A estação vai começar a se aquecer quando chegar a mais ou menos 100km [do nosso Planeta]", explicou à BBC Elias Aboutanios, vice-diretor do Centro Australiano Para Engenharia e Pesquisa Espacial.

Você deve se preocupar?

Não. A maior parte da estação de 8,5 toneladas vai desintegrar assim que entrar na atmosfera e mesmo as partes que eventualmente sobreviverem no caminho para a Terra têm pouquíssimas chances de atingirem uma pessoa.

"Nossa experiência diz que objetos grandes, que tenham normalmente entre 20% e 40% da massa original, sobreviverão ao retorno à atmosfera e, em seguida, poderão ser encontrados no solo, teoricamente", disse Holger Krag, chefe do departamento de detritos espaciais da ESA.

"No entanto, a probabilidade de alguém se ferir com um desses fragmentos é extremamente pequena. Minha estimativa é que essa probabilidade seja semelhante à de uma pessoa ser atingida por um raio duas vezes no mesmo ano", completou.

Todas as partes da estação cairão na Terra?

A expectativa, segundo Aboutanios, é que os detritos caiam no meio do oceano. Ele explica que, geralmente, há comunicação com o satélite, então ainda é possível que uma equipe de solo controle ou influencie o curso para direcioná-lo para um local de colisão desejado.

Esse local seria próximo do que é chamado de polo oceânico de inacessibilidade - o lugar mais distante da terra. É um local no Pacífico Sul, entre a Austrália, a Nova Zelândia e a América do Sul, e tem uma área de aproximadamente 1.500 quilômetros quadrados. A região é um cemitério de naves espaciais e satélites, onde se acredita que os restos de cerca de 260 delas estejam espalhadas no fundo do oceano.

O que é a Tiangong-1?

A China foi um dos últimos países a começar uma "exploração espacial". Em 2001, o país lançou pela primeira vez naves espaciais carregando animais para teste. Depois, em 2003, lançou seu primeiro astronauta para órbita, tornando-se o terceiro país a fazer isso - depois de União Soviética e Estados Unidos.

O programa para a criação de uma estação espacial começou em 2011 com o lançamento da Tiangong-1, chamada também de "Palácio Celestial". O protótipo conseguiu abrigar astronautas, mas apenas por poucos dias. A primeira astronauta mulher do país, Liu Yang, visitou o local em 2012.

A missão terminou em março de 2016, dois anos depois do que havia sido programado. Agora a Tiangong-2 está em operação e, até 2022, Pequim planeja ter uma terceira estação espacial em órbita operada totalmente por uma tripulação humana.

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