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Família de criança e bebê que morreram carbonizadas em Nerópolis morava na casa havia três dias

Reprodução/TV Anhanguera
Irmãs estavam no quarto quando foram atingidas por incêndio.

A família do bebê de 4 meses e da menina de dois anos, que morreram durante um incêndio em uma casa em Nerópolis, a 36 km de Goiânia, se mudaram para a residência há apenas três dias. A informação foi divulgada pelo delegado André Fernandes na tarde desta terça-feira (13).

“Tinham três dias que eles se mudaram para essa casa, que tem esse quarto separado, nos fundos. O acesso é independente da casa principal. Esse cômodo é muito pequeno e, como a mudança é muito recente,  estava guardando as coisas que faltavam organizar”, explicou André.

O investigador apontou que foi possível verificar que no quarto havia colchões, roupas, sapatos e que nele não tinha energia. O Corpo de Bombeiros, que também esteve no local, afirmou que esses materiais podem ter contribuído para que o fogo se espalhasse mais rápido pelo cômodo.

Ao Popular, o capitão Giskard Xavier Nunes disse que quando os bombeiros chegaram no local havia muita fumaça e pequenos focos de incêndio. Após combater as chamas e identificar que haviam duas vítimas, a corporação encaminhou o caso para a Polícia Civil.

Acidente

O delegado confirmou a versão de que a mãe estava preparando o jantar quando o incêndio começou no quarto onde as crianças estavam. “A Polícia Civil constatou a versão da mãe. A comida por fazer, o arroz para ser lavado e ela com uma roupa de quem estava dentro de casa com seus afazeres”, afirmou.

A mãe das crianças contou que deixou as meninas em um quarto na parte externa da casa com uma vela acesa, pois nele não tinha energia. “Junto com as duas crianças tinha uma terceira, que era sobrinha da mulher e que tem oito anos de idade. O esposo estava trabalhando” afirmou o delegado.

A menina de oito anos correu para avisar a tia quando o incêndio começou. “O material de combustão era rápido demais, quando ela chegou para olhar o fogo já tinha tomado conta. Então, ela pegou um balde com água para apagar o fogo e, além disso, foi na rua pedir ajuda”, revelou André.

O investigador ressalta que a Polícia Técnico-Científica esteve na casa por dois momentos, na noite do incêndio e na manhã seguinte. “A versão apresentada por ela é coerente com o que aconteceu”, afirmou André. Ele também destacou que os vizinhos confirmaram a história.

Investigação

Por fim, André afirmou que até o momento a perícia confirmou que foi um acidente e descartou a suspeita de que as crianças teriam sido deixadas sozinhas. “Vamos colher todas as oitivas e, ao final, levar para o Poder Judiciário decidir sobre a questão do indiciamento”, alegou o investigador.

O Instituto Médico Legal (IML) também esteve no local. O delegado detalhou que a menina de dois anos foi encontrada deitada por cima do bebê, como se tentasse protegê-la. “Como se trata de queimaduras, será preciso fazer os exames de DNA. Os corpos delas ainda estão no IML”, finalizou André.

Divulgação/Polícia Civil
Delegado registrou o fogão com as comidas sendo preparadas
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