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Fotógrafo comove internautas com ensaio de bebês com microcefalia

MacroAmor

Bebês alegres, sorridentes, brincando com os pais. As fotos de uma tarde de lazer de cinco famílias comuns passariam sem chamar a atenção na linha do tempo do Facebook de qualquer pessoa. Mas o ensaio MacroAmor ganhou uma repercussão muito além do esperado pelo fotógrafo Joelson Souza. São cenas comuns de bebês sorridentes brincando com seus pais, não fosse pelo formato diferente da cabeça das crianças, um pouco menores do que o padrão.  "Quando comecei a editar as fotos percebi a riqueza que tínhamos construído juntos e estava só no início. Mas não esperava as mais de 1000 curtidas e centenas de compartilhamentos".

Chocado com o surto da microcefalia na região Nordeste, em fevereiro, Joelson sentiu a necessidade de promover a naturalização do tratamento com essas crianças. "A microcefalia 'pegou de surpresa' centenas de famílias, especialmente aqui em Pernambuco. E dentre as diversas dificuldades que principalmente as mães passam estão o preconceito, o 'olhar torto', as reações negativas e por aí vai. Com o intuito de mostrar um pouco 'o outro lado da história', construi esse projeto", justificou ele em sua página no Facebook.

Cinco mulheres que comandam a  UMA - União de Mães de Anjos (grupo de apoio às famílias de bebês e crianças com microcefalia) toparam posar de maneira bem natural e descontraída, na tarde do dia 18 de junho, em um piquenique no parque. O resultado foi esse:

A tarde de fotos vai ficar na memória de Isabel Albuquerque, mãe do Matheus, de 9 meses: "Vi muitos elogios no Facebook. O trabalho ficou maravilhoso. Vivemos em hospitais e terapias e ele nos proporcionou uma tarde diferente e ainda retratando o amor imenso pelos nossos filhos. Guardarei eternamente o gesto dele através das minhas fotos".

 Para ela, a experiência tem sido positiva: "Nunca sofri preconceito. Matheus nem aparenta ter microcefalia. Mas já vi muitas sofrerem. As pessoas precisam ver que eles interagem, brincam, riem bastante". 

"Nosso intuito era fazer o ensaio com 30 mães (incluindo os pais sempre que possível) e hoje já temos uma demanda maior que essa. A princípio vamos realizar a primeira etapa desses ensaios até agosto e depois sentar e refletir sobre os resultados, qual o significado deles tanto para as famílias que participaram, como em relação ao objetivo central que é superar o preconceito que infelizmente continua forte em nossa sociedade", explica o fotógrafo, sobre a continuidade do projeto.

Joelson encontrou, na fotografia, a sensibilidade necessária tanto para combater a discriminação, quanto para fortalecer a autoestima das famílias, crucial para o envolvimento, principalmente dos pais: "Durante as fotos, muitas vezes parava de fotografar e admirava a forma singela com que elas cuidavam e se relacionavam com as crianças. Assim como os dois pais que participaram também. Ver eles lá, tentando acalmar seus filhos ou brincando com eles, foi algo que me emocionou, já que muitos pais ao saberem que o seu filho tinha microcefalia deixaram suas companheiras e essas tem uma luta em dobro", diz. 

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