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Goiânia realiza três dias de vacinação contra Covid-19 sem agendamento

Renan Viana / ASCOM – UEPA

Os moradores de Goiânia que ainda não tomaram a primeira dose da vacina contra a Covid-19 poderão receber o imunizante sem realizar agendamento a partir desta quinta-feira (9). A nova estratégia será mantida até o próximo sábado (11), buscando alcançar a população que tem dificuldade de realizar o agendamento ou não tem veículo próprio para ir até o posto drive-thru.

O anúncio foi feito pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) no início da noite desta quarta-feira (8), após reunião de técnicos da pasta pela tarde. Reportagem do POPULAR publicada no sábado (4) mostrou que moradores da periferia da capital querem, mas não conseguem se vacinar por falta de internet, meios de transporte ou desinformação.

Serão 17 postos vacinando por demanda espontânea nesta quinta e na sexta-feira (veja quadro). Na lista dos locais que estarão abertos, quatro não estavam entre os disponíveis em julho e agosto, sendo esses novos nos bairros Jardim Novo Mundo, Boa Vista, Condomínio das Esmeraldas e Jardim Curitiba II, todos em regiões periféricas da cidade.

“A gente já fez o diagnóstico, já trabalhamos com algumas regiões que apresentam déficit maior”, diz a secretária-executiva de Saúde de Goiânia, Luana Ribeiro. Segundo ela, ações de vacinação por demanda espontânea foram realizadas de forma localizada em bairros com baixa cobertura. Entre os problemas encontrados, está a falta de internet e dificuldade com os meios de transporte.

“Nas zonas de maior vulnerabilidade nós tentamos dar mais acesso para a população”, explica Luana, sobre o os critérios para divisão dos locais de vacinação para os próximos dias. Os postos irão distribuir senhas, respeitando a capacidade de cada um. A SMS não divulgou o número de senhas por unidade, mas, no total, são 35 mil doses distribuídas entre os três dias.

Com a nova estratégia, a capital suspende os agendamentos por aplicativo até sábado. “Totalmente aberto para demanda espontânea. A pessoa pode ir em algum dos pontos e tomar a vacina”, ressalta a secretária-executiva da SMS. São exigidos documento original com foto, CPF e comprovante de endereço de Goiânia.

Além da vacinação por demanda espontânea, a SMS admite a possibilidade de adotar outras estratégias para alcançar a população mais vulnerável. Segundo Luana, postos móveis estão no radar da secretaria, mas isso depende do que for observado após os próximos três dias sem obrigação de agendamento.

“Temos que observar que estamos trabalhando com três tipos de vacinas. E para, assegurar a segurança dessas vacinas, nesse momento a gente vai abrir nas unidades. Se encontramos algum lugar específico que precisa de estratégia do tipo itinerante, a gente não está fechado, pode ser tratado futuramente”, informa.

Sobre a possibilidade da adoção de novos dias sem a necessidade de agendamento, a servidora afirma que isto também não está descartado. “Não vou dizer que é daqui um mês, porque muita coisa pode mudar na campanha”, diz a secretária-executiva, que defende que a gestão vem modificando as estratégias sempre que observa obstáculos.

Cobranças após reportagem 

O dificuldade de acesso à vacinação contra a Covid-19 por moradores de Goiânia em situação de vulnerabilidade social foi tema de discussão durante sessão da Câmara Municipal desta quarta-feira (8). Em documento endereçado à Prefeitura, o vereador Geverson Abel (Avante) requereu estudo para imunização dos mais pobres.

“A maioria não tem transporte nem acesso à internet”, afirmou o parlamentar, que diz ter tomado conhecimento sobre o problema pela reportagem do POPULAR divulgada no sábado (4). “De fato, é o que vinha acontecendo. Não demos condições para muitas dessas pessoas”, diz Gerverson.

A reportagem citada pelo vereador mostrou que há pessoas que, apesar de desejarem, estão com a primeira dose da vacina contra a Covid-19 atrasada em até quatro meses.

Antes do anúncio da nova estratégia, o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) havia adiantado que após tomar conhecimento do problema, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) estava se dedicando a encontrar soluções.

“A Prefeitura busca estar junto da população. E agora sabendo dessa informação que chegou até nós, da incapacidade dessas pessoas que não têm condição financeira, que não têm o transporte. A secretaria tinha conhecimento do problema e vai estudar o que fazer”, disse. 

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