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Goiás é o estado com maior aumento de casos de Covid-19 em agosto, aponta pesquisa

Tchelo Figueredo
Instituto Todos pela Saúde (ITpS) usou no levantamento dados de 1.196.275 diagnósticos moleculares feitos entre 14 de agosto de 2022 e 19 de agosto de 2023

Um relatório feito pelo Instituto Todos pela Saúde (ITpS) revelou que Goiás teve o maior crescimento de resultados positivos para a Covid-19 no mês de agosto, passando de 8% para 20%. Em um contexto geral, a taxa de positividade no Brasil dobrou em um mês, passando de 7% para 15,3% entre as semanas de 22 de julho e 19 de agosto. 

Apesar de ser o estado com maior aumento de casos, Goiás ocupa a segunda posição no ranking de positividade para a infecção pelo novo coronavírus, com 20,4%. O primeiro colocado é Minas Gerais, com 21,4%. Foram analisados também: Distrito Federal, com positividade de 19,45%; Mato Grosso, com 13,64%; Pernambuco, 3,74%; São Paulo, 14,11%; Paraná, 15,69% e Santa Catarina, com 4,67%.

De acordo com o levantamento, os percentuais mais elevados são observados nas faixas etárias de 49 a 59 anos (21,4%) e acima de 80 anos (20,9%). Já as taxas mais baixas estão entre crianças menores de 4 anos (2,74%).

O Instituto Todos pela Saúde (ITpS) usou no levantamento dados de 1.196.275 diagnósticos moleculares feitos entre 14 de agosto de 2022 e 19 de agosto de 2023 pelos laboratórios Dasa, DB Molecular, Fleury, Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), Hilab, HLAGyn e Sabin. O ITpS também analisou as taxas de positividade para outros vírus, como os da influenza A e B, e todas seguem em baixa. 

O ITpS ressalta que o aumento da positividade para Covid-19 serve como alerta de que o vírus SARS-CoV-2 continua circulando e a população deve estar com a vacinação em dia, sendo que crianças e adolescentes de até 18 anos têm que tomar três doses da vacina e adultos e idosos, quatro.

Segundo dados do “vacinômetro” do Ministério da Saúde, menos da metade dos brasileiros tomaram dose de reforço da vacina contra covid-19. Dos cerca de 214 milhões de brasileiros, apenas 105 milhões, aproximadamente, compareceram aos postos de saúde para reforçar a imunização contra a doença.

Em Goiás, foram aplicadas 15.595.478 doses da vacina, sendo que somente 2.835.276 de pessoas tomaram o reforço. 

Alerta em Goiás
Dez municípios goianos estão em situação de alerta, depois que a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) identificou um salto de 9% para 15% na taxa de positividade para Covid-19 em Goiás, no mês de agosto. Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, os protocolos sanitários a serem seguidos permanecem os mesmos, sendo que o principal ainda é a vacinação.

Um dos municípios que apresentou aumento expressivo de notificações da doença foi a Cidade de Goiás. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o número de casos confirmados saltou de 24 para 75, o que representa um crescimento de 212%.

Contudo, a secretária municipal de saúde, Ivone Marques, ressaltou que não há nenhum caso de internação e nenhum caso grave, ou de maior complexidade. “Em todos os casos que apresentaram maior gravidade ou que o paciente teve um tempo maior de sintomas, não foi diagnosticada nenhuma cepa diferente, às vezes apenas um comprometimento de H1N1 associado”, pontuou.

A cidade de Avelinópolis também teve um salto expressivo no número de confirmações, saindo de 20 casos, em uma semana, para 50, na semana seguinte. Isso representa um aumento de 150%.

Há duas semanas, a Prefeitura de Avelinópolis chegou a suspender as aulas nas escolas da cidade durante sete dias por causa do aumento de casos de Covid-19. Na ocasião, o prefeito da cidade, Adriano Araújo, afirmou que a gestão estaria buscando orientação da Secretária de Estado de Saúde (SES-GO) para saber o que deveria ser feito diante da situação.

Os demais municípios que também estão em estado de alerta são: São João da Paraúna, Palmeiras de Goiás, Santa Rosa, Araçu, Campo Limpo de Goiás, Barro Alto, Heitoraí e Anicuns.

Baixa cobertura vacinal
De acordo com a superintendente, até o momento, foram aplicadas 714.233 doses do imunizante bivalente no estado, o que representa uma cobertura vacinal de apenas 12%. Vale lembrar que a vacina bivalente promove a imunização para novas variantes do coronavírus, além da cepa original.“Esse número é muito aquém do que a gente precisa. Então, a gente vem aqui chamar todos os goianos com 18 anos ou mais e que ainda não receberam a vacina bivalente para que procurem um posto de vacinação. Mesmo que tenhamos novas subvariantes, novos aumentos de casos, a gente vai ter uma população mais protegida contra formas graves e óbitos”, explica.

Veja como está funcionando o esquema vacinal contra covid-19 hoje:

Crianças de 6 meses a 2 anos de idade: esquema básico são 3 aplicações (D1 + D2 + D3);

Crianças de 3 a 4 anos de idade: esquema básico iniciado com Pfizer Baby são 3 aplicações de Pfizer Baby (D1 + D2 + D3). Esquema básico iniciado com Coronavac são 2 aplicações (D1 + D2). Depois das doses do esquema básico, todas devem tomar uma dose de reforço;

Crianças de 5 a 11 anos de idade: esquema básico são 2 aplicações (D1 + D2). Depois, é preciso tomar uma dose de reforço;

Adolescentes de 12 a 17 anos de idade: esquema básico são 2 aplicações (D1 + D2). Depois, mais uma dose de reforço;

Adultos: esquema básico são 2 aplicações (D1 + D2). Depois, é preciso tomar uma dose de reforço com Pfizer Bivalente;

Idosos: esquema básico são 2 aplicações (D1 + D2). Depois, é preciso tomar uma dose de Reforço com Pfizer Bivalente;

Pessoas imunossuprimidas com 5 anos ou mais: esquema básico são 3 aplicações (D1 + D2 + D3). Depois, é preciso tomar uma dose de reforço comum para crianças de 5 a 11 anos ou uma dose de reforço com Pfizer Bivalente para pessoas com 12 anos ou mais.

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