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Goiás aprova marco legal para proteger o Rio Vermelho

Lei municipal criada na antiga capital prevê instalação de comitê para fiscalizar e atuar na proteção de nascentes e despoluição das águas, evitando garimpos e desmatamento ilegal

Modificado em 17/09/2024, 16:19

Inspiração para criação da lei que reconhece os direitos do Rio Vermelho (foto) na cidade de Goiás veio de iniciativa pioneira do Rio Laje, em Rondônia

Inspiração para criação da lei que reconhece os direitos do Rio Vermelho (foto) na cidade de Goiás veio de iniciativa pioneira do Rio Laje, em Rondônia (Fábio Lima)

"Tenho um rio que fala em murmúrios. Tenho um rio poluído. Tenho um rio debaixo das janelas Da Casa Velha da Ponte. Meu Rio Vermelho"

A poetisa Cora Coralina morreu em 1985 e pouco antes mencionou no poema Rio Vermelho o descaso com um dos principais símbolos da antiga capital que recebe esta semana a 25ª edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica). A urgência para salvar o manancial levou a Câmara Municipal da cidade de Goiás a aprovar o projeto de lei, de autoria da vereadora Elenízia da Mata de Jesus (PT), que reconhece os direitos do Rio Vermelho. A sanção da lei, pelo prefeito Aderson Liberato Gouvea, será nesta quinta-feira (13), às 15h30, na Tenda Multiétnica, montada na Praça do Chafariz.

O marco legal foi inspirado na iniciativa pioneira do Rio Laje, em Rondônia, o primeiro do País a ter direitos reconhecidos por lei aprovada pela Câmara de Vereadores de Guajará-Mirim. "Com esse marco legal é criado um comitê que irá acompanhar, fiscalizar e atuar para que o Rio Vermelho seja de fato despoluído, que a nascente seja preservada e que haja uma agenda permanente de cuidados e não somente em ocasiões especiais, como durante o Fica. Sabe aquele conceito de mudar o mundo a partir da minha comunidade?", questiona Elenízia, que desde a infância, no Quilombo São Félix, em Matrinchã, tem uma relação afetiva com o Rio Vermelho.

A proposta da vereadora foi aprovada por unanimidade pelos nove integrantes da Câmara Municipal. "Fiz várias discussões e audiências públicas. Quando chegou à Câmara já tinha aprovação popular", explica Elenízia. Ela defende um engajamento de toda a sociedade para salvar o Rio Vermelho e difundir boas práticas. "É preciso ampliar essas vozes. O rio tem direitos, inclusive a fluir com vida plena". Bombas que captam água do manancial, desmatamento descontrolado e a presença de garimpos estão hoje entre os grandes problemas a serem combatidos na bacia do Rio Vermelho.

"Na adolescência, passei a morar na cidade de Goiás e vi de perto as águas bravias derrubarem a Cruz do Anhanguera em 2001. Participei de vários momentos de reflexões sobre a necessidade de nos atentarmos para os cuidados com o Rio Vermelho, que nasce na cidade de Goiás", afirma a vereadora, que pretende ir além. Sua ideia é montar uma espécie de consórcio com os outros municípios banhados pelo Rio Vermelho - Itapirapuã, Matrinchã e Aruanã - para que os cuidados sejam ampliados de forma integral à bacia. "Precisamos cuidar do nosso principal patrimônio que são os recursos naturais."

A lei que reconhece os direitos do Rio Vermelho no município de Goiás, o enquadrando como um ente especialmente protegido, também institui o Dia Municipal do Rio Vermelho, a ser comemorado no dia 4 de novembro, e a Semana Municipal do Rio Vermelho, a ser comemorada também no início de novembro. Pelo marco legal será criado o Comitê Guardião formado por um representante da prefeitura; um do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente e Saneamento Básico; um de uma instituição de ensino superior que atue no município; um da sociedade civil organizada e um da Câmara de Vereadores. Todos os anos esse comitê terá de apresentar relatório sobre as condições do rio e o planejamento de ações.

Direitos do Rio Vermelho

  • Manter seu fluxo natural e em quantidade suficiente para garantir a saúde do ecossistema;
  • Nutrir e ser nutrido pela mata ciliar, pelas florestas do entorno e pela biodiversidade endêmica;
  • Existir com suas condições físico-químicas adequadas ao seu equilíbrio ecológico;
  • Inter-relacionar com os seres humanos por meio da identificação biocultural, de suas práticas espirituais, de lazer, da pesca artesanal, de agroecologia e de cultura.
  • Desmatamento é a maior causa da enchente de 2001

    O Rio Vermelho, que nasce a cerca de 15 quilômetros do centro histórico da cidade de Goiás e deságua no Rio Araguaia, em Aruanã, há décadas sofre com os impactos ocasionados pela ocupação humana. A expansão das atividades agropecuárias e comerciais e a construção de moradias em sua planície de inundação provocaram a perda da vegetação ciliar, poluição, assoreamento e fuga da biodiversidade. Seguem avançando os mesmos problemas que originaram a grande enchente de 31 de dezembro de 2001 quando foi perdido grande parte do patrimônio histórico, apenas 17 dias depois de a cidade conquistar o título de Patrimônio da Humanidade concedido pela Unesco.

    Logo após o transbordamento do Rio Vermelho, o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios Históricos (Icomos), da Unesco, apontou o assoreamento e a diminuição gradativa da vazão do rio como responsáveis pela enchente. Em 2002, um estudo da então Agência Ambiental de Goiás, mostrou que 80% das matas ciliares entre a nascente e a área urbana da cidade de Goiás já tinham sido dizimadas para dar lugar a pastagens. Garimpeiros atuando clandestinamente também contribuíram para os danos. Medidas para proteger o rio praticamente não saíram do papel ao longo dos anos. "Por isso, o marco legal. Vamos esperar a repetição do que aconteceu no passado ou algo como foi no Rio Grande do Sul?", pergunta Elenizia da Mata.

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    Trabalho de descontaminação busca diminuir danos no Rio Vermelho

    Manancial recebe raspagem do solo afetado por agrotóxicos, além da lavagem das pedras que compõem suas margens na cidade de Goiás

    Equipes fazem a descontaminação das margens do Rio Vermelho

    Equipes fazem a descontaminação das margens do Rio Vermelho (Divulgação/Semad)

    Autoridades municipais da cidade de Goiás percorreram o Rio Vermelho nesta segunda-feira (23), até o distrito de Buenolândia, para avaliações sobre a contaminação por agrotóxicos. A carga de pesticidas entrou em contato com o manancial após um acidente na GO-164, na manhã de terça-feira (17), que matou um casal e deixou dois homens feridos. Desde a última semana, moradores vêm registrando a morte de centenas de peixes ao longo das águas que cortam a antiga capital.

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    A contaminação é monitorada pelas Secretarias de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e Municipal do Meio Ambiente da cidade de Goiás. Nesta segunda-feira (23), equipes realizaram a remoção dos resíduos com a raspagem do solo contaminado e a lavagem das pedras que compõem as margens do rio.

    A preocupação, tanto de pesquisadores da cidade como da administração pública com a qualidade das águas, que podem sofrer prolongadamente os efeitos da contaminação, gerou recomendações quanto à utilização do recurso hídrico. De acordo com a Semad, a população que necessitar de água para a hidratação de animais pode recorrer à secretaria pelo WhatsApp 62 92798321.

    "Eu não tive coragem de descer mais em outros poços, só no que eu fui já fiquei bem triste", diz um agricultor familiar da região sobre a contaminação do Rio Vermelho. Em áudio ao qual a reportagem teve acesso, o homem pede a um agente público para solicitar à prefeitura uma fiscalização urgente junto do rio: "A situação não está normal, estamos muito tristes", complementa.

    O homem diz ter encontrado ao longo do rio diversas espécies de peixes mortos, devido à grande quantidade de "veneno" nas águas. Após a ida ao local, ele diz não conseguir mais voltar pelo cheiro e situação em que o rio se encontra. "Tem uma espuma, está grossa, um cheiro muito estranho", complementou. Os peixes vêm sendo vistos mortos na antiga capital desde o museu Casa de Cora Coralina e se estendido também ao Balneário Cachoeira Grande, na junção do Rio Vermelho com o Bagagem.

    Acidente

    O acidente ocorreu na terça-feira passada, depois que um caminhão carregado de agrotóxicos teve uma falha nos freios próximo ao primeiro trevo de acesso à cidade. O caminhão atingiu a traseira de um veículo, o que causou a morte de um casal. Com o acidente, o Corpo de Bombeiros chegou a comunicar a Semad sobre os agrotóxicos espalhados na área. A carga foi identificada como roubada de um local no município de Marcelândia (MT).

    Apesar de a Gerência de Gestão e Prevenção de Incêndios e Acidentes Ambientais (Gegia) da Semad tomar iniciativas para evitar o contato com o rio, como barreiras de contenção, as chuvas torrenciais na região acabaram levando produtos tóxicos para o manancial. Após a morte dos peixes, a secretaria entrou em contato com os fabricantes dos produtos, Bayer e Basf, para atender à emergência ambiental. Como prevê a Lei Federal 6.938/1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, as duas empresas contrataram a Ambipar, que enviou profissionais para atuar na descontaminação da área.

    Os ocupantes do caminhão onde a carga estava foram encaminhados ao Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). De acordo com nota da unidade, enviada na segunda (22), os dois homens estão internados na enfermaria do hospital, com o estado de saúde estável, conscientes e respirando espontaneamente.
    (João Gabriel Palhares é estagiário do GJC em convênio com a UFG)

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    Pesquisadores temem efeito prolongado da contaminação por agrotóxicos no Rio Vermelho

    Principal manancial que corta a cidade de Goiás foi contaminado por defensivos agrícolas; carga roubada estava em caminhão envolvido em acidente que matou um casal

    Contaminação por agrotóxicos mata centenas de peixes no Rio Vermelho, na Cidade de Goiás

    Contaminação por agrotóxicos mata centenas de peixes no Rio Vermelho, na Cidade de Goiás (Murilo de Souza/PPGEO-UEG)

    A carga de agrotóxicos que contaminou o Rio Vermelho, na cidade de Goiás, após um acidente ocorrido na manhã de terça-feira (17) na GO-164, provocando a morte de um casal, foi roubada no sábado (14) numa serraria no município de Marcelândia (MT). Neste domingo (22), centenas de peixes mortos foram encontrados no manancial que corta a antiga capital. A contaminação, que é monitorada pelas Secretarias de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e Municipal do Meio Ambiente da cidade de Goiás, preocupa também o Grupo de Agroecologia e Educação do Campo - Gwatá, da Universidade Estadual de Goiás (UEG), que teme um efeito prolongado da contaminação .

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    O acidente ocorreu depois que o caminhão carregado de defensivos agrícolas que trafegava na GO-164 em direção a Goiânia teve uma falha nos freios. Numa curva, em uma descida pouco antes de chegar ao primeiro trevo de acesso à cidade de Goiás, o motorista perdeu o controle do veículo. Antes de cair no barranco, a 15 metros do Rio Vermelho, o caminhão atingiu a traseira do veículo de passeio onde viajava um casal, que morreu na hora com o impacto. O Corpo de Bombeiros da cidade de Goiás conseguiu retirar o corpo do homem, mas preso às ferragens, o corpo da mulher só foi retirado no dia seguinte. Os ocupantes do caminhão foram encaminhados para atendimento hospitalar.

    Logo após o atendimento às vítimas, o Corpo de Bombeiros comunicou à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) que a carga de agrotóxicos ficou espalhada na área e realizou as primeiras ações para remover as embalagens. O ponto onde ocorreu o acidente está dentro da Área de Preservação Ambiental (Apa) Dr. Sulivan Silvestre, criada em 1998 para ajudar a proteger o Parque Estadual da Serra Dourada. A Gerência de Gestão e Prevenção de Incêndios e Acidentes Ambientais (Gegia), da Semad, tomou as providências para mitigar o desastre ambiental, mas chuvas torrenciais na região acabaram levando os produtos tóxicos para o leito do Rio Vermelho.

    Peixes mortos foram vistos sobre a ponte que dá acesso ao Museu Casa de Cora Coralina, mas o maior volume neste domingo foi visto no Balneário Cachoeira Grande, que fica na junção do Rio Vermelho com o Rio Bagagem. Em razão da contaminação, no sábado (21), a prefeitura da cidade de Goiás emitiu duas notas, uma da Vigilância Sanitária e outra da Secretaria do Meio Ambiente, orientando a população a não consumir água do Rio Vermelho e não utilizá-la em atividades agrícolas. A administração municipal explicou que, no período chuvoso, a Saneago faz captação de água para oferecer à população nos ribeirões Bacalhau e Pedro Ludovico, que não oferecem risco à saúde humana.

    Outra providência tomada pela administração vilaboense foi a interdição do acesso ao Rio Vermelho dentro do Parque Municipal da Carioca, um dos atrativos turísticos da cidade de Goiás. Titular da pasta de Meio Ambiente, Carlos Augusto Ignacio Campos explicou que o parque está aberto para outras atividades, mas não para banho. O acidente ocorreu em um dos poços dentro da área do parque, pouco acima da entrada principal. Os alertas da prefeitura valem até que haja segurança em relação à contaminação do manancial.

    No sábado (21), quando peixes mortos começaram a aparecer, a Semad divulgou uma nota explicando que, como a carga era roubada, sem licença ambiental, os fabricantes dos produtos - Bayer e Basf - foram contatados para atender à emergência ambiental. Como prevê a Lei Federal 6.938/1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, as duas empresas contrataram a Ambipar que enviou profissionais para atuar na descontaminação da área. Segundo a Semad, mais de 95% dos resíduos sólidos foram removidos e barreiras construídas junto ao corpo hídrico, mas as fortes chuvas não impediram a contaminação do Rio Vermelho.

    Efeito prolongado da contaminação

    Logo após a constatação da mortandade de peixes no Rio Vermelho, o Grupo de Agroecologia e Educação do Campo - Gwatá, da Universidade Estadual de Goiás, divulgou uma nota manifestando preocupação com os efeitos ambientais provocados pela carga de defensivos agrícolas que atingiu o manancial. "Entre os agrotóxicos dispersados pelo acidente estão o Mitrion, o Envoke e o Sphere Max, classificados como altamente tóxicos para organismos aquáticos", diz o comunicado. Pesquisador do Gwatá, Murilo Mendonça Oliveira de Souza explicou que é necessário ir além do monitoramento. "Estamos cobrando a formação de um grupo institucional para pensar nos processos de recuperação ambiental. Agrotóxico não é igual ao óleo que a gente consegue conter."

    O Gwatá, que existe desde 2011, integra uma rede de instituições e pesquisadores nacionais e internacionais que discute o impacto dos agrotóxicos para a vida humana e para o meio ambiente. O coletivo envolve desde a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) até médicos e pesquisadores universitários. "Talvez seja o maior grupo que discute esse tema no Brasil", lembra Murilo de Souza. Como se trata de carga irregular, sem documentação, a Semad não sabe o volume transportado e o que ficou na área do acidente. "Esse tipo de agrotóxico penetra no solo e atinge o lençol freático de forma rápida. Os efeitos podem se prolongar porque os princípios ativos que compõem os produtos são persistentes e móveis no meio ambiente", enfatiza o pesquisador.

    "Estamos monitorando a situação e em parceria com a Semad fazendo a coleta e análise da água do Rio Vermelho, além de comunicar a população sobre os riscos", afirma Carlos Augusto, titular da pasta municipal do Meio Ambiente. Segundo ele, já no momento da coleta dá para saber se houve contaminação, por isso as providências tomadas. Já a análise química está sob a responsabilidade do Centro de Análises Ambientais e Laboratoriais (Ceamb) da Semad, mas ainda não está concluída. Após verificar a ilegalidade da carga, a Semad acionou a Polícia Civil que investiga o caso.

    A reportagem teve acesso à ocorrência policial feita na segunda-feira 16) na Delegacia de Polícia de Marcelândia (MT). A carga de defensivo agrícola foi retirada do almoxarifado de uma serraria que pertence a Adilson Francisco Fistarol. Como a ocorrência do acidente e a situação da carga irregular foi comunicada nos sistemas integrados de segurança, o proprietário foi informado e veio para Goiás para se inteirar dos fatos. Os dois envolvidos, ocupantes do caminhão, que se feriram no acidente e inicialmente foram atendidos no Hospital São Pedro D'Alcântara, na antiga capital, foram encaminhados para o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage, em Goiânia. Eles estão internados sob a custódia da Polícia Militar.

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    Semad tenta conter contaminação no Rio Vermelho após acidente

    Peixes foram encontrados mortos, e barreiras foram construídas às margens do rio

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    A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) atua, neste sábado (21), para conter a contaminação do Rio Vermelho e reduzir os danos ambientais causados pelo vazamento de defensivos agrícolas após o acidente que matou duas pessoas e deixou outras duas feridas na GO-164, na cidade de Goiás. Segundo a Semad, quase todos resíduos químicos já foram retirados do local e barreiras foram construídas às margens do rio. Parte do solo contaminado será removido.

    É uma área de difícil acesso [...] Já foi retirado 95% dos resíduos químicos, restando apenas resíduos que foram espalhados no solo. A empresa vai fazer a retirada desse material de solo contaminado e encaminhamento para incineração", explicou Maurício Veiga, agente da Semad, que trabalha no monitoramento da área.

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    A Semad informou que foi constatada a morte de peixes no Rio Vermelho na manhã deste sábado, mas situação teria ocorrido por conta da chuva que levou os defensivos para dentro da água. "Ocorreu a morte de pequenos peixes, mas com o volume de água do rio, logo o produto químico diminuirá", afirmou Maurício.

    Como mostrou O POPULAR , o acidente aconteceu na terça-feira (17) e envolveu um carro e um caminhão. O motorista e o passageiro morreram e os dois ocupantes do caminhão estão hospitalizados. A Semad informou que a carga do caminhão era roubada e não tem licença ambiental, com as devidas condicionantes, para o transporte do produto, como determina a lei.

    Por não terem os nomes divulgados, O POPULAR não conseguiu atualizar o estado de saúde dos ocupantes do caminhão até a última atualização desta reportagem.

    Qualidade da água

    Conforme a Semad, equipes do Centro de Análises Ambientais e Laboratoriais (Ceamb) da Semad e a Companhia Saneamento de Goiás S/A (Saneago) trabalham no monitoramento de parâmetros de qualidade da água. Por precaução, a Semad recomenda que os moradores não banhem ou utilizem água do Rio Vermelho.

    Em nota enviada ao POPULAR , a Saneago disse que a população pode ficar tranquila, pois a captação de água no Rio Vermelho é feita, "exclusivamente, como reforço hídrico no período de estiagem, ou seja, não está sendo utilizada neste mês de dezembro, visto que já estamos no período chuvoso".

    Também informou que atualmente, no município, a Saneago realiza a captação de água apenas nos córregos Bacalhau e Pedro Ludovico, "que estão com todos os parâmetros adequados, sem qualquer tipo de contaminação, permitindo o devido tratamento" (confira a nota na íntegra ao final da reportagem).

    Equipes trabalhando para conter contaminação no Rio Vermelho após acidente (Divulgação/Semad)

    Equipes trabalhando para conter contaminação no Rio Vermelho após acidente (Divulgação/Semad)

    Protocolo

    A Semad informou que foi comunicada sobre o acidente duas horas depois de ele ocorrer. Então, acionou o protocolo de emergências ambientais, que prevê a comunicação imediata da Saneago, Defesa Civil e do Batalhão Especializado em Operações com Produtos Perigosos do Corpo de Bombeiros.

    A secretaria afirma que também enviou uma equipe da gerência que cuida de emergências ambientais e outra do seu próprio Centro de Análises Ambientais e Laboratoriais (Ceamb) para o local.

    Enquanto bombeiros trabalhavam na contenção e recolhimento de embalagens e frascos de defensivos, que foram acomodados em sacos "big bag", e na remoção das ferragens para retirar o corpo de uma das vítimas fatais, a Semad usou a placa para chegar no responsável pelo caminhão, a quem cabe a obrigação legal de contratar uma empresa para atender a emergência ambiental.

    Responsabilidade

    Valendo-se do que diz a lei federal 6938, que atribui responsabilidade indireta aos fabricantes dos produtos vazados, a Semad acionou a BASF e a Bayer. Ambas contrataram a Ambipar, que desde então trabalha no local.

    A Semad destacou que continua a monitorar a região e a trabalha no monitoramento da qualidade da água do Rio Vermelho. Segundo a secretaria, as sanções administrativas cabíveis ao caso serão aplicadas.

    Nota da Saneago na íntegra:

    A Saneago tranquiliza a população da Cidade de Goiás em relação à qualidade da água distribuída pela rede de abastecimento público. Como amplamente noticiado pela imprensa, na manhã da última terça-feira (17), um acidente automobilístico na GO-164 provocou o derramamento de agrotóxicos nas margens do Rio Vermelho. Entretanto, a captação de água da Companhia no Rio Vermelho é acionada, exclusivamente, como reforço hídrico no período de estiagem, ou seja, não está sendo utilizada neste mês de dezembro, visto que já estamos no período chuvoso.

    Atualmente, no município, a Saneago realiza a captação de água apenas nos córregos Bacalhau e Pedro Ludovico, que estão com todos os parâmetros adequados, sem qualquer tipo de contaminação, permitindo o devido tratamento. Vale ressaltar ainda que, antes de ser distribuída à população, a água é tratada e obedece, rigorosamente, todos os padrões de potabilidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

    Equipes trabalhando para conter contaminação no Rio Vermelho após acidente (Divulgação/Semad)

    Equipes trabalhando para conter contaminação no Rio Vermelho após acidente (Divulgação/Semad)

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    Cine Teatro São Joaquim sedia conferência sobre saúde e doenças

    Encontro terá programação gratuita e participação de palestrantes de vários Estados brasileiros

    Cine Teatro São Joaquim sedia conferência sobre saúde e doenças

    (Leo Iran)

    Cine Teatro São Joaquim, unidade da Secretaria de Estado da Cultura, na cidade de Goiás, recebe, entre terça e sexta-feira (6a 8), a abertura e encerramento do VI Colóquio de História da Saúde e das Doenças, conferência realizada pelo Instituto Federal de Goiás (IFG).

    A programação é gratuita e inclui palestras na área de saúde, mesa-redonda com debates sobre relevantes temas e participação de diversos profissionais da área.

    O Colóquio é um evento interdisciplinar, constituído por historiadores, médicos, arquitetos, antropólogos, cientistas sociais, museólogos entre outros profissionais que trazem suas percepções e olhares sobre os impactos da saúde e das doenças ao tecido social.

    Cada vez mais, o evento tem atraído pesquisadores de outras regiões do país e estrangeiros, o que vem possibilitando a construção de uma rede de pesquisadores em torno da temática.

    A 6ª edição do Colóquio também terá simpósios temáticos, de forma remota, que inclui oito palestras com professores de Goiás, Bahia, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, entre outros.

    Diversos temas serão abordados, entre eles o Césio-137 em Goiânia, medicina e política, nutrição e enfermagem. A transmissão será por meio deste link .

    Confira a programação presencial: Quarta-Feira (06)
    Manhã - Credenciamento

    14h -- 17h - Mesa-redonda: Estética da Pele Enferma, com Dr. Ricardo dos Santos Batista (UNEB), Dra. Leicy Francisca da Silva (UEG), Dr. Doriam Erich de Castro (IFG)
    Mediador: Dr. Robson Mendonça Pereira (UEG)
    Local: Salão de Eventos IFG

    19h -- 21h - Conferência de abertura - Debates sobre a alimentação infantil, com a Dra. Gisele Porto Sanglard (Fiocruz/RJ)
    Mediadora: Doutoranda Lara Alexandra T. da Costa (PPGH/UFG)
    Local: Cine Teatro São Joaquim
    Quinta-Feira (07)
    09h -- 12h - Simpósios Temáticos [On-line]

    14h -- 17h - Mesa-redonda: Fome, carência e doenças, com Dra. Ana Karine Martins Garcia (BECE), Dra. Sônia Maria de Magalhães (PPGH/UFG), Dr. Rildo Bento de Souza (PPGH/UFG)
    Mediador: Dr. Leandro Carvalho Damacena Neto (IFG)
    Local: Auditório UEG

    19h -- 21h - Homenagem à Maria de Fátima Cançado e Dr. Anuar Auad
    Coquetel e Lançamento de livros
    Local: Fundação Frei Simão Dorvi
    Sexta-Feira (08)
    09h -- 12h - Reunião GT História da Saúde e das Doenças Local: Sala de Reuniões IFG

    14h -- 17h - Conferência de encerramento: Museu Histórico da FMUSP e seu acervo Dr. André Mota (FMUSP)
    Mediadora: Dra. Sônia Maria de Magalhães (PPGH/UFG)
    Local: Cine Teatro São Joaquim