Geral

Goiás tem maior número de mortes por dengue dos últimos 12 anos

Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
Larvas do mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus

Goiás bateu recorde em número de mortes por dengue em 2022. Sobretudo na capital, que já registrou 30 óbitos pela doença e outros 36 suspeitos. Em todo território goiano, já se somam 111 mortes provocadas pela dengue e 131 sob investigação da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO). Este é o maior numero de mortes pela doença dos últimos 12 anos, de acordo com dados da SES-GO.

Os casos gerais da doença no Estado também chamam atenção. Em 2022, a pasta já confirmou em Goiás 144.859 casos de dengue e notificou 239.474. O aumento é de 310,13% em comparação com o ano de 2021, quando o Estado teve 39.167 casos confirmados e 58.390 notificados. Este é o maior número de acometidos pela doença dos últimos 7 anos.

Entre os municípios com mais casos notificados, estão Goiânia (51.412); Anápolis (24.147); Aparecida de Goiânia (21.400); e Rio Verde (9.727). Já em relação à incidência da doença, ou seja, casos para cada 100 mil habitantes, Ouvidor, Goianápolis, Rio Quente e Jaraguá estão na linha de alto risco, conforme análise da Saúde.

Doença sazonal

Como a doença é transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, que se prolifera em água parada, as semanas do ano com maior pico de casos ocorrem durante os primeiros meses do ano. Nas palavras da superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, "a doença é sazonal".

Para se ter um quadro mais claro do que isso significa, março foi o mês do pico de contaminações. Também o mês que teve maior volume de chuvas do ano em Goiás. Em sua quarta semana, haviam 13.960 casos da doença. Ainda na 18ª semana, em meados de maio, as notificações ainda eram altas, chegando a 12.343 casos. Atualmente, há aproximadamente 1.000 acometidos por semana no Estado. Um número bem abaixo, mas ainda preocupante.

Para alívio da Saúde estadual, a dengue, segundo Flúvia, é uma doença que, na maioria dos casos, não necessita de hospitalização. "Esse ano foi atípico. Tivemos um aumento de casos de dengue, Covid-19, zika, chikungunya e H1N1. No caso da dengue, as pessoas procuram atendimento nas Unidades de Pronto Atendimento (Upas) e Unidades Básicas de Saúde (UBs), mas não necessitam de internação. Então ela movimenta muito os hospitais, mas não sobrecarrega", afirma.

Ela lembra que a melhor forma de prevenção da doença, ainda, é evitar a proliferação do mosquito. "Evitar que o mosquito nasça, eliminar os criadouros. Essa é a ação principal e a melhor forma de prevenção e o monitoramento deve ser semanal. Com isso a gente diminui os casos", reforça.

Vacina

"Para dengue existe uma vacina que foi autorizada pela Anvisa. Por que não está sendo utilizada pelo Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde? Porque ela tem complicadores. A vacina não tem eficácia alta para os quatro sorotipos. Ela tem eficacia boa para uns, mas para outros nem tanto", explica Flúvia.

"E ela só pode ser aplicada em quem já teve a doença. A dengue é complicada. O sistema imunológico não traz proteção, Para alguns sorotipos, ela traz a potencialização. Por exemplo, se tive o tipo 1, ao ser adquirir o tipo 2, tenho mais chances de desenvolver a forma grave. Então, se a pessoa ainda não teve dengue, a vacina pode potencializar alguns sorotipos", informa.

 

Comentários
Os comentários publicados aqui não representam a opinião do jornal e são de total responsabilidade de seus autores.
ANUNCIE AQUI