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Goiânia tem a gasolina mais cara entre as capitais Brasil

Sebastião Nogueira
Preços estampados em posto de combustíveis de Goiânia: investigação pelo Ministério Público e Procon

O preço médio da gasolina vendida em Goiânia é o maior entre as capitais brasileiras, segundo a pesquisa semanal de preços feita pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). Em média, o goiano pagou R$ 4,435 pelo litro do combustível. O preço máximo encontrado pelos pesquisadores nos postos de combustíveis foi de R$ 4,499 e o mínimo, R$ 4,19.

O top 5 de gasolinas mais caras do Brasil é formado por Rio Branco (AC) R$ 4,404, Rio de Janeiro (RJ) 4,259, Fortaleza (CE) R$ 4,170, e Porto Alegre (RS) R$ 4,164. E o que não está bom, vai ficar ainda pior. A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (13) um novo aumento de 1,02% no valor da gasolina para entrar em vigor já nesta terça-feira (14).

De acordo com o representante do Sindicato dos Postos de Combustíveis (Sindiposto), Antônio Carlos de Lima, não existe a prática de cartel em Goiás. “Para ter cartel, tem que ter combinação prévia, dolosa e com fim de manipular mercado. Até hoje nenhum dono de posto foi condenado por cartel no estado de Goiás. Na Justiça não se prova a combinação prévia, dolosa e com fim de manipular mercado”, afirmou.

O advogado do Sindiposto explica que o preço mais alto em Goiás é consequência de o Estado também possuir o segundo ICMS mais caro do País (30%), atrás apenas do Rio de Janeiro, onde a alíquota é de 34%. Ainda assim, o preço médio praticado nos postos cariocas na semana passada ficou abaixo do registrado nos goianos. No Acre, mesmo com ICMS mais baixo (25%), os preços foram mais altos. Nos dois casos, a justificativa são outros custos, como transporte.

Protesto

Um grupo de motoristas, caminhoneiros, mototaxistas, taxistas e motoristas de aplicativos fechou a entrada e a saída de caminhões de uma distribuidora de combustíveis em Senador Canedo, na região metropolitana, e no Jardim Novo Mundo, em Goiânia, na manhã desta segunda-feira (13). Os manifestantes protestam contra o preço dos combustíveis, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é de 30% para a gasolina e de 25% para o etanol, e a prática de cartel entre os postos.

Resposta

O Sindicato Nacional dos Distribuidores de Combustíveis (Sindicom) explica que a composição dos preços leva em conta o preço de aquisição do produto, tributos, logística e remuneração dos distribuidores e revendedores, estando sujeita às oscilações de oferta e demanda de um mercado livre.

Antônio Carlos acredita que Goiás continuará tendo o segundo preço mais alto do País para a gasolina nas próximas semanas. Também chama atenção o fato de, hoje, o preço da gasolina estar mais barato no Distrito Federal (DF) que em Goiás, algo que não era comum antes. O advogado do Sindiposto justificou que a alíquota de ICMS da gasolina também é menor no DF: 28%. 

Também chama atenção dos motoristas o fato de os combustíveis estarem bem mais baratos nos postos de rodovias. Segundo Antônio Carlos, isso ocorre porque esses estabelecimentos têm custos operacionais menores que na capital e entorno.

Antônio afirma que os preços mais altos não prejudicam só o consumidor, mas também os postos, que veem suas vendas caírem drasticamente, a ponto de comprometer o pagamento das despesas mensais dos estabelecimentos. Segundo ele, a margem ideal de lucro é de até 20%. “Neste momento, o consumidor deve fazer as contas e preferir o etanol, quando ele não custar mais de 70% da gasolina”, alerta.

Campanha

Os constantes reajustes nos valores dos combustíveis, aliado às reclamações dos motoristas, levaram o Sindicato dos Postos de Combustíveis de Goiás (Sindiposto) a lançar uma campanha para esclarecer, conscientizar e mobilizar os consumidores.

Faixas, outdoor e panfletos, entregues pelos frentistas, fazem parte do ato, que teve início na manhã desta segunda-feira (13), e está sendo realizado nos 250 postos existentes na capital.

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