Geral

Goianas presas injustamente na Alemanha recuperam malas que foram trocadas por bagagens com drogas

Reprodução/Redes Sociais/TV Anhanguera
Jeanne Paollini e Kátyna Baía no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo

As goianas Kátyna Baía e Jeanne Paollini, que ficaram presas por 38 dias na Alemanha após terem suas bagagens trocadas por malas com drogas, conseguiram recuperar seus pertences após seis meses do ocorrido. "Sinaliza que está muito próximo de o Ministério Público alemão encerrar de vez essa injusta acusação de tráfico internacional de drogas", disse Kátyna. E completou: "um motivo de grande felicidade para nós".

Um vídeo mostra o momento em que a advogada Chayane Kuss de Sousa pegou as malas que foram entregues por um promotor alemão.

Kátyna e Jeanne foram presas assim que desembarcaram em Frankfurt, na fila de embarque da escala, no dia 5 de março deste ano. A polícia apreendeu no bagageiro do avião duas malas com 20 quilos de cocaína cada, etiquetadas com os nomes das duas.

Imagens de câmeras de seguranças do Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, mostraram o desembarque de duas malas, uma branca e uma preta. Elas foram despachadas no aeroporto goiano, mas no meio do caminho, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, o maior do Brasil, as etiquetas foram trocadas por funcionários terceirizados que cuidavam das bagagens. Conforme reiterou a Polícia Federal, nas escalas internacionais, o passageiro despacha a mala no aeroporto de origem e só pega de volta no destino final, ou seja, Kátyna e Jeanne nem viram a troca das bagagens e das etiquetas.

Posteriormente, a Polícia Federal descobriu que as etiquetas haviam sido trocadas por uma quadrilha suspeita de tráfico internacional de drogas. A soltura das brasileiras só ocorreu mais de um mês depois, no dia 11 de abril, quando foi autorizada pelo Ministério Público da Alemanha.

De acordo com a advogada Luna Provázio, apesar de os pertences terem sido entregues, o processo em relação às goianas só será encerrado "mediante o envio das decisões judiciais pelas autoridades brasileiras". Ela também explicou que a defesa avalia a melhor maneira de levar os bens apreendidos para o Brasil.

Como ocorreu a troca de etiquetas?
De acordo com a Polícia Federal de Goiás, as malas de Kátyna e Jeanne foram conferidas e separadas por dois funcionários na esteira, em uma área restrita. Eles retiraram a identificação, deixando apenas uma etiqueta com o peso das bagagens.

Na área de bagagens de viagens internacionais, um funcionário colocou as etiquetas das malas de Kátyna e Jeanne nas bagagens com drogas, aproveitando-se de um ponto cego nas câmeras. Todas as malas seguiram no voo para a Alemanha.

De onde vieram as malas com as drogas?
Seguindo as investigações, duas mulheres chegaram ao aeroporto e entregaram as malas com cocaína a uma funcionária da Gol em um dos guichês. A dupla deixou o aeroporto minutos depois.

A funcionária seria a pessoa que enviou as malas com droga para a área das bagagens.

Como as malas chegaram a Frankfurt?
As malas com droga entraram na seção de bagagens de embarque doméstico para evitar a fiscalização. Depois, os itens foram levados em um veículo para o terminal de voos internacionais. Todos os envolvidos, segundo a Polícia Federal, eram de uma empresa terceirizada do aeroporto de Guarulhos (SP).

Outros casos
Além do caso das goianas, a polícia conseguiu evidências de pelo menos outros dois crimes de tráfico internacional de drogas que ocorreram no Aeroporto de Guarulhos: um para Portugal, em outubro de 2022, e outro para a França, em março deste ano.

Comentários
Os comentários publicados aqui não representam a opinião do jornal e são de total responsabilidade de seus autores.
ANUNCIE AQUI