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Impacto é positivo após um mês de uso dos detectores de metais nas escolas de Goiânia, diz SME

Wildes Barbosa
Aluna é revistada na entrada do Colégio Estadual Dom Fernando I, no Setor Jardim Dom Fernando I

Após um mês da utilização de detectores de metais nas escolas de Goiânia, a Secretaria Municipal de Educação (SME) diz que o impacto tem sido positivo no ambiente escolar, sendo a medida uma grande aliada no controle de entrada e saída de estudantes, a fim de evitar ataques às instituições de ensino.

Até o momento, 377 escolas já contam com os detectores de metais para revistar as mochilas dos alunos. De acordo com a SME, faltam apenas cinco unidades para concluir o processo de aquisição desses equipamentos, mas estão em fase de cotação para adquirir até a próxima semana.

Em entrevista, a psicóloga especialista em neuropsicologia, Amanda Andrade, de 32 anos, explica que a utilização dos detectores de metais nas escolas é de extrema necessidade para o momento em que estamos vivendo. Além disso, ela acredita que a medida seja válida para a segurança dos alunos e que o impacto causado até o momento é positivo.

Eu vejo uma certa maturidade e compreeensão das crianças em relação a essas medidas de segurança. Elas percebem que medidas precisam ser tomadas para a própria segurança delas, dos professores e dos colaboladores da escola. Tudo começa no núcleo familiar, mas também é importante que tenha medidas de segurança pública, como os detectores de metais, o policiamento nas escolas ou ter um agente em cada unidade escolar, diz Amanda.

Segundo a psicóloga, a melhor medida para prevenir os ataques nas escolas seria os pais voltarem o olhar para os filhos, agindo com alguns cuidados: olhar a mochila dos filhos diariamente, saber o que está acontecendo na sala de aula, como essa criança lida com os colegas, o que ela assiste na internet e ter atenção quanto a saúde mental das crianças e adolescentes.

Amanda ainda lembra que vivemos em uma sociedade que não busca a prevenção, mas espera acontecer um fato ruim para depois tomar medidas. "Essa questão dos ataques já vem acontecendo há muito tempo. Evitar 100% da violência é muito complexo, mas eu acredito que sempre o olhar para dentro de casa vai fazer toda a diferença. Em alguns casos, o acompanhamento psicológico é necessário", finaliza.

Opinião de quem já perdeu um filho

A pastora e terapeuta Barbara Melo Calembo, de 40 anos, é mãe de João Pedro que morreu em um ataque no Colégio Goyases em 2017. Ela tem mais dois filhos em período escolar. Ao Daqui, ela disse que a utilização dos detectores de metais causou uma sensação de segurança e que é uma medida necessária, mas ainda não é o suficiente para combater ações de violência.

"Precisa haver conscientização das famílias quanto ao seu papel em relação ao cuidado com seus filhos. Os pais precisam voltar a se envolver, a participar da vida dos seus filhos, precisam amar e cuidar deles. Um bom ambiente em casa, gera nos filhos o sentimento de pertença, de alegria, de paz e tudo isso contribui para um bom caráter", explica Barbara.

Segundo a pastora, o problema está ligado ao ambiente familiar e a mudança precisa acontecer primeiramente dentro de casa para que reflita no ambiente externo. "Crianças e adolescentes ao se sentirem amados e queridos amadurecem em harmonia e certamente não serão capazes de machucar, de fazer mal a alguém. Nesse sentido, penso que assim agiremos verdadeiramente de maneira preventiva", relata.

Em maio do ano passado, Barbara conseguiu conversar com um deputado e propôs um projeto de lei para colocar um policial militar em cada unidade da rede estadual, mas o governador Ronaldo Caiado vetou o projeto alegando não ter recursos e profissionais efetivos suficientes para cumprir essa medida.

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