Atualizada às 19h52A Polícia Civil concluiu o inquérito contra o médico Márcio Antônio Souza Júnior, da cidade de Goiás, e o indiciou pelo crime de prática, incitação ou induzimento de preconceito ou discriminação de raça, etnia ou cor. O indiciamento decorre do vídeo em que Márcio aparece conversando com um funcionário acorrentado, dizendo que o homem, que é negro, ficaria “em sua senzala” por não ter estudado.Já concluído, o inquérito será remetido ao Poder Judiciário ainda hoje (14). As investigações tiveram início em 16 de fevereiro, tão logo a Polícia Civil teve conhecimento do vídeo.Nas imagens, que viralizaram e provocaram indignação, o funcionário aparece acorrentado enquanto o médico diz “falei para estudar, mas ele não quer. Então vai ficar na minha senzala”.Em outro trecho, Márcio provoca, em tom de brincadeira: “tenta fugir, pode ir embora”. Após a forte repercussão negativa, o médico publicou outro vídeo ao lado do funcionário, dessa vez sem correntes. Nele, Márcio disse que tudo não passou de uma brincadeira.Já o funcionário afirmou que o médico era como “um pai” para ele.RepúdioNa ocasião da divulgação do vídeo, a Secretaria das Mulheres, Juventude, Igualdade Racial e Direitos Humanos da Cidade de Goiás divulgou uma nota repúdio sobre o que classificou como "lamentável episódio em que uma Pessoa Negra, um Ser Humano é exposto acorrentado pelas pernas e com grilhões nos braços e no pescoço".A nota cita o artigo 3º da Constituição Federal, que estabelece os direitos fundamentais do cidadão.Em nota enviada ao DAQUI, a defesa de Márcio ressaltou que o vídeo não teve intenção de ofender ou de enaltecer “qualquer tipo de discriminação”.Veja abaixo:Nota A defesa respeita essa etapa da apuração, mas confia que o Ministério Público reconhecerá o que ficou claro em seu depoimento e no depoimento dos outros envolvidos na inoportuna brincadeira, já que se trata de um assunto de extrema importância sobre o qual já se desculpou publicamente. Deixa claro que não houve intenção de ofender ou de enaltecer qualquer tipo de discriminação.Pedro Paulo de MedeirosAdvogado