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Jovem que ficou em coma após queda no Rap Mix em Goiânia já movimenta braço e perna

Wesley Costa
Empilhadeira remove pedaços de metal do Estádio Serra Dourada

A estudante de biologia Giovanna Moreira Salerno, de 20 anos, uma das vítimas da queda de uma rampa durante o Rap Mix Festival no dia 9 de julho, em Goiânia, foi encaminhada para o Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer) na noite de quarta-feira (26), após receber alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências de Goiás (Hugo), onde permaneceu por 16 dias.

Giovanna passará por uma avaliação global de uma equipe multiprofissional para definir como será o tratamento dela no local. O centro oferece diversos tipos de terapia, como fisioterapia, musicoterapia, arteterapia e equoterapia. A jovem foi encaminhada ao Crer devido ao traumatismo craniano sofrido e ao tempo passado em coma.

“Vai ser necessária uma reabilitação e o Crer é referência nesse tipo de atendimento. E eu, como estudante de fisioterapia, estarei acompanhando o tratamento a todo tempo”, diz Tércio Jullian Salerno, pai da vítima. Atualmente, Giovanna ainda não recuperou a fala, mas já se encontra mexendo todos os membros e está com os olhos abertos, segundo ele.

Giovanna é considerada uma das vítimas mais graves do acidente. Ela estava saindo do evento com o namorado e amigos quando a estrutura de uma das rampas que ligava o gramado à arquibancada desabou. Ela sofreu uma fratura no crânio e teve que passar por uma cirurgia de urgência, sendo internada na UTI do Hugo ainda no dia do evento. A paciente recebeu alta da UTI e foi encaminhada para a enfermaria na segunda-feira (24).

Tércio relembra as dificuldades que enfrentou quando descobriu que o acidente havia ocorrido. “Senti que precisava ser firme, até porque eu estava com as minhas outras duas filhas de 10 e 13 anos comigo. Eu precisava ter equilíbrio para tomar as providências cabíveis”, relata.

O pai soube que Giovanna havia se ferido através de uma ligação feita pela mãe do namorado da filha. “Ela me ligou a pedido do filho, porque o namorado não tinha o número da mãe dela. Felizmente, ele sofreu somente leves escoriações. Após isso, eu liguei para a mãe e contei sobre o ocorrido”, diz.

Com a internação de Giovanna na UTI, Tércio lembra da angústia e do medo ao longo do tratamento. “Tinha medo de abrir os boletins diários e me deparar com notícias ruins ou receber alguma ligação de madrugada. Foram dias terríveis, porque eu não tinha o que fazer além de esperar o tempo passar”, diz.

Porém, o pai reforça a competência da equipe médica no local. “Devo a vida da minha filha a equipe do Hugo e a equipe de socorristas que a levou para lá, porque a caminho, ela sofreu uma parada cardíaca e foi atendida imediatamente. E chegando ao hospital, já a levaram diretamente para o centro cirúrgico, o que foi peça chave para ela estar viva hoje”, afirma.

De acordo com o pai, Giovanna passou por um coma durante seu tratamento na UTI, colocando sua vida em risco. Porém, Tércio se mostrou confiante que a filha iria superar a situação. “Quando ela se recuperou, não fiquei surpreso, porque sempre soube que ela sairia dessa, apesar do medo natural de um pai. Porém, confesso que me surpreendeu a rapidez da saída dela, devido à situação gravíssima do quadro, mas fiquei imensamente feliz e grato a Deus”, diz.

Apesar de manter a recuperação da filha como prioridade, Tércio espera que os responsáveis pelo desabamento respondam pelo acidente. “Que a justiça puna sem piedade, para que fique de exemplo para os próximos eventos e para os profissionais envolvidos. No momento oportuno, nós tomaremos as providências necessárias para reparação”, relata.

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