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Jovens perdem movimentos das pernas após colocar piercing e espremer espinha

Quase ninguém imagina, mas uma bactéria comum que há na pele pode causar grandes problemas ao penetrar a corrente sanguínea. Em Brasília, uma estudante de 20 anos perdeu os movimentos das pernas após uma pequena infecção no nariz, causada pela perfuração de um piercing.

Paraplégica, Layane Dias contou que já tinha usado um piercing antes de fazer a segunda perfuração no nariz que causou as complicações. O problema começou em julho de 2018, quando a ponta do seu nariz ficou vermelha, seguido de febre e dores pelo corpo.

A estudante usou pomadas e medicamentos simples para aliviar o incômodo, mas o quadro de saúde dela foi piorando aos poucos até que, um mês depois, perdeu o movimento dos membros inferiores. Layane foi diagnosticada com uma infecção causada pela bactéria Staphylococcus Aureus, que se espalhou pelo sangue e se alojou na coluna.

Segundo a infectologista Monica Gomes da Silva, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, a bactéria Staphylococcus Aureus é típica de pele. “A bactéria só causa problemas quando ocorre uma ruptura e consegue atingir as camadas inferiores da pele e a corrente sanguínea. No caso da estudante, houve o agravante pelo fato do piercing ter sido colocado no nariz, uma área em que a bactéria costuma estar presente”, explica a médica.

Mas a infectologista alerta que essas infecções não são raras e se diagnosticadas no início, o tratamento pode controlar a infecção sem deixar sequelas.

Caso semelhante aconteceu com a comerciante Lilian Duarte, de Abaeté, Minas Gerais, que perdeu os movimentos das pernas após espremer uma espinha há dois anos.

A comerciante passou por uma situação parecida, sentindo uma inflamação no nariz, o início de um abcesso. Ela achou que era uma espinha e tentou espremer, mas as a inflamação aumentou e entrou na corrente sanguínea se instalando na coluna: “Foi desesperador, uma dor imensa, procurei um hospital porque eu não sentia mais minhas pernas. A infecção se espalhou por cinco vértebras. Achei que ia morrer, tamanha a dor, nem morfina aliviava. Fui operada por uma equipe de médicos e o neurocirurgião salvou minha vida.”

A comerciante conta que depois da operação precisou usar um colete por seis meses. Depois de muita fisioterapia, conseguiu para recuperar os movimentos das pernas. “Aprendi a duras penas que não se pode espremer nenhuma espinha, deve-se lavar as mãos e desinfetar sempre com álcool em gel porque a bactéria está no corpo da gente e qualquer descuido pode entrar, principalmente pelo nariz”, relata.

Lilian Duarte voltou a andar, mas ficou com sequelas: “Sinto dormência e formigamento nos pés. Antes era do joelho para baixo, e agora diminuiu. Mas tem dias que nem sinto meus pés. Espero me recuperar totalmente."

 

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