A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou nesta segunda-feira (5) a médica Claudia Soares Alves, presa no mês passado em Itumbiara (GO) por suspeita de ter sequestrado uma recém-nascida de um hospital de Uberlândia (MG).Ela foi indiciada por suspeita de sequestro qualificado, por envolver vítima menor de 18 anos. A pena prevista pode chegar a oito anos de prisão. A médica segue presa no estado de Goiás e agora cabe ao Ministério Público apresentar denúncia ou não contra ela.O indiciamento foi feito em conjunto pela Polícia Civil dos estados de Minas Gerais e Goiás, afirmou o delegado Marcos Tadeu.O advogado Vladimir Rezende afirmou que o processo está em segredo de justiça, mas que "independentemente do teor do indiciamento ou até mesmo de eventual denúncia acreditamos que a questão será resolvida no incidente de insanidade da acusada, que já está em andamento".O argumento da defesa é de que Claudia Alves é tem transtorno afetivo bipolar e, no momento dos fatos, se encontrava em crise psicótica.A neurologista entrou no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia na noite do dia 23 de julho com um crachá da universidade.A Polícia Civil afirma que a médica se passou por pediatra para levar a criança do quarto da mãe. Ela então colocou a bebê em uma mochila e saiu do hospital em um carro vermelho.A Polícia Militar descobriu o paradeiro do veículo após ele passar por um pedágio no sentido de Centralina (MG), município vizinho a Itumbiara, e acionou as autoridades de Goiás, que prenderam a médica em flagrante e encontraram a recém-nascida em uma clínica médica no município. A criança foi devolvida aos pais, em Minas Gerais.Nas redes sociais, a suspeita afirma ser professora da UFU (Universidade Federal de Uberlândia) e da UEG (Universidade Estadual de Goiás).A UFU diz que a médica é matriculada no curso de doutorado do programa de pós-graduação em ciências da saúde e, recentemente, foi aprovada em concurso público e tomou posse como professora da graduação em medicina. A instituição disse também que está tomando as "necessárias medidas administrativas".A UEG afirma que Soares pediu exoneração do cargo no início de julho e não voltará a dar aulas na instituição.O Hospital das Clínicas da UFU afirma que iniciou apuração interna das circunstâncias do crime, reforçou os protocolos de segurança na unidade e está colaborando com as investigações.