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Mais de 30 mil quilombolas vivem em Goiás, aponta IBGE

Reprodução/G1 Goiás
Comunidade kalunga do Vão de Almas, em Cavalcante

Dados do Censo 2022, que levantou pela primeira vez um conjunto inédito de informações básicas sobre pessoas quilombolas que vivem no país, revelaram que Goiás é o 8º colocado no ranking de pessoas quilombolas residentes no estado. Dentre os mais de 7 milhões de habitantes, 30.387 são quilombolas. 

Entre os municípios, Cavalcante é o maior do estado em número de pessoas quilombolas, com 57,08%. Esse percentual é o terceiro maior do país, ficando atrás apenas de Alcântara, no Maranhão (84,57%) e Berilo, em Minas Gerais (58,37%). Assim sendo, o município do nordeste goiano integra o grupo das cinco cidades que têm mais de 50% de sua população declarada quilombola.

No âmbito nacional, são 1.696 municípios com moradores quilombolas, cerca de 30% dos 5.570 existentes em território nacional, totalizando 1,3 milhão de pessoas. Esse número representa 0,65% dos 203,1 milhões de habitantes do país.

No Brasil, de 72,4 milhões de domicílios particulares permanentes ocupados, 473.970 têm pelo menos um morador quilombola, correspondendo a 0,65% dos domicílios. Em Goiás, conforme o levantamento, dos 2,6 milhões de domicílios ocupados, 12.399 têm pelo menos um morador quilombola. Em comparação com os outros estados, Goiás tem o sétimo maior número de domicílios, com pelo menos um quilombola. 

Analisando o mesmo quesito, 65 municípios goianos têm ao menos um quilombola por domicílio, dos quais, Cavalcante ocupa a primeira posição em números absolutos (1.978). Em seguida vem: Niquelândia (962 domicílios), Flores de Goiás (913 domicílios), Minaçu (764 domicílios), Mineiros (563 domicílios), Barro Alto (563 domicílios), Uruaçu (508 domicílios), Monte Alegre de Goiás (499 domicílios), Cidade Ocidental (494 domicílios) e Professor Jamil (483 domicílios).

Quilombola é o termo utilizado para identificar aqueles "remanescentes de comunidades dos quilombos". Os quilombos, por sua vez, surgiram na época da colonização brasileira como resposta à violência praticada pelos portugueses contra os negros trazidos à força da África para o Brasil. Acredita-se que os primeiros registros desse tipo de formação são da década de 1570.

Censo Demográfico 2022
Conforme frisou o IBGE, “pela primeira vez em um levantamento censitário brasileiro, a população quilombola foi identificada, enquanto grupo étnico, no mais importante retrato demográfico, geográfico e socioeconômico do país”. Assim sendo, o Censo Demográfico 2022 fez um recorte para abordar as características desse contingente populacional, ao inserir nos questionários, com metodologia adaptada, as perguntas: “Você se considera quilombola?” e “Qual o nome da sua comunidade?”.

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