O desejo de um casal de descendentes de imigrantes italianos em tornar sua cidade uma atração turística e cultural começou com um pequeno evento, feito em estrutura de palha. Após ver a ideia atrair milhares de pessoas interessadas em conhecer o Festival Italiano de Gastronomia em Nova Veneza, os idealizadores da festa Oswaldo Stival, de 90 anos, e Edith Stival, de 84, inauguram no dia 5 de março a sede de um instituto para contar a história da imigração italiana em Goiás e celebrar as raízes de seus antepassados. O memorial fica na nova sede do Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro Oswaldo Stival e Edith, e remontará a trajetória da imigração italiana na região desde a origem no Vêneto, nordeste da Itália, até a chegada em Goiás . Aberto ao público com visitação gratuita, o local também deverá abrigar eventos para difundir a cultura italiana.Também promete se tornar uma atração turística em Nova Veneza. O prédio, uma reprodução do Palácio Ducal, histórica construção gótica e renascentista de Veneza, na Itália, já chama a atenção de quem passa pelo local, no Centro da cidade, situada a 41 quilômetros de Goiânia. A fachada conta com um vidro de mais 10 metros de altura, e duas faces laterais, onde a principal remete à arquitetura palaciana da cidade italiana e a segunda, às edificações típicas que podem ser encontrados ao longo dos canais venezianos. A obra durou dois anos desde a concepção e execução. A concepção do projeto, direção criativa e direção executiva foram lideradas por um filho e um neto do casal, respectivamente o agroindustrial Edwaldo Peixoto Stival e o médico Alessandro Stival.Para a execução técnica, a família buscou profissionais especializados para a fiel réplica da arquitetura italiana. A arquiteta Jannani Eterna foi convidada para fazer os detalhamentos arquitetônicos; Vera Inês da Silva, para a produção cenográfica; também trabalharam no projeto os artistas plásticos Divino Gonçalves Pereira e Marcos Antônio Lopes, desenvolvedor cenográfico de diversas escolas de samba do Rio de Janeiro.“O edifício foi concebido para ser um atrativo turístico permanente não só pela cenografia italiana, mas também por um exclusivo e inédito show de luzes e músicas, que estão previstos acontecerem semanalmente às sextas, sábados e domingos. Nos inspiramos nos espetáculos dos parques da Disney e no Show das Águas que acontece no Hotel Bellagio em Las Vegas”, adianta Edwaldo Stival, co-idealizador da obra.Alessandro celebra o feito que leva o nome dos familiares. “O instituto é a manifestação palpável do que começou lá atrás com a concepção do Festival Italiano. A concepção de tornar Nova Veneza uma cidade turística por conta da gastronomia e da cultura italiana.”Já o idealizador destaca: “É de extrema importância que indivíduos e comunidades estejam apropriados de sua história e origem, porque é a partir daí que construímos nossa identidade e fortalecemos nossa autoestima. Desde que idealizei o Festival Italiano, nos idos anos 2000, já tinha convicção de que a força da nossa cultura poderia fortalecer muito a economia de Nova Veneza”, diz Oswaldo, que recebeu o título de comendador concedido pelo presidente da Itália de em 2012, em “reconhecimento por relevantes obras de resgate da cultura italiana no Brasil”.FESTIVALO primeiro festival de comida italiana foi feito pela prefeitura de Nova Veneza em 2003. A festa começou pequena, mas cresceu ao longo dos anos e, na última edição, em 2019, atraiu mais de 100 mil pessoas. Mas desde então não é realizado por conta da pandemia. Com o sucesso da festa, Alessandro relata que a família viu a necessidade de construir um museu para mostrar a história dos imigrantes italianos que chegaram ao Estado. O memorial incluirá peças antigas de valor simbólico e histórico das duas famílias, Peixoto [Spessoto, na origem italiana] e Stival, que também as doaram para o acervo histórico. De acordo com organizadores, já estão em processo de concepção e articulação também os projetos sociais e culturais que serão endereçados pelo Instituto para movimentar a região.-Imagem (1.2412398)