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Mesmo modelo de gravador usado por Joesley Batista está à venda na internet

Reprodução

O preço a ser pago pela delação premiada dos irmãos donos da JBS pode não ter preço estipulado ou calculado. Mas o gravador utilizado pelo empresário Joesley Batista tem preço sim e está disponível para venda na internet. O contestado gravador já tem modelos similares à venda custando R$ 69, preço de equipamento mixuruca. Apesar da qualidade ruim do áudio, o caso é usado como chamariz.

O advogado do presidente Michel Temer, Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, afirmou que entrou com um novo pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para que o inquérito que investiga o peemedebista por corrupção passiva, obstrução de justiça e organização criminosa não seja suspenso. No sábado, ele havia pedido que a investigação pare até a conclusão de uma perícia no áudio da conversa entre Temer e o empresário Joesley Batista, da JBS.

De acordo com o despacho do ministro Edson Fachin, no qual autorizou a Polícia Federal a periciar os quatro áudios gravados pelo delator Joesley Batista, a defesa do presidente Temer e a Procuradoria-Geral da República terão um prazo de 24h para se manifestarem após terem acesso ao resultado da análise do material.

Como o equipamento de gravação de áudio está sendo transportado dos Estados Unidos para o Brasil, e ainda há um prazo de 24 horas para as manifestações, isso significa que o julgamento em plenário sobre o caso, que inicialmente poderia acontecer na próxima quarta-feira, 24, poderá ser adiado.

O perito extrajudicial e judicial Marcelo Carneiro de Souza afirmou ter identificado "fragmentações" em 14 momentos na gravação, isto é, pequenos cortes de edição no áudio da conversa entre o presidente e o empresário.

O especialista, que disse ter feito um exame preliminar, não encontrou cortes entre o sexto e o 12º minutos, o intervalo de tempo em que se falou sobre o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB).

"Para se chegar a uma conclusão definitiva, é necessário analisar o material onde a mídia foi armazenada, nesse caso, o gravador. Verificar se esse material foi devidamente acondicionado ou se, por exemplo, ficou largado em algum local que poderia danificá-lo. Precisaria fazer uma transcrição fiel. E, para ter certeza da identidade dos dois locutores, o ideal ainda seria fazer um exame de confronto de voz", disse Souza.

Sobre o áudio envolvendo o presidente Michel Temer, a companhia J&F, que comanda a JBF, afirma que “Joesley Batista entregou para a Procuradoria Geral da República a íntegra da gravação e todos os demais documentos que comprovam a veracidade de todo o material delatado”. E reitera que “não há chance alguma de ter havido qualquer edição do material original, porque ele jamais foi exposto a qualquer tipo de intervenção”.

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