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Moradores querem praça no lugar de terminal do Setor Pedro, em Goiânia

Wildes Barbosa
Humberto de Oliveira vive na região do terminal provisório há mais de 20 anos: “Para nós, moradores, o mais saudável é a (volta da) praça”

Moradores ao redor do Terminal Isidória provisório estão angustiados com a maneira que o espaço foi deixado após a inauguração do terminal oficial, há uma semana. O ambiente situado no Setor Pedro Ludovico, na Alameda João Elias da Silva Caldas, reúne diversas reclamações como falta de acesso às ruas, insegurança, sujeira, estrutura e alta movimentação.

A Secretaria de Desenvolvimento e Economia Criativa (SDEC) realizará uma vistoria técnica nesta quarta-feira (2) para avaliar qual definição do local, uma vez que será de uso coletivo, explica o secretário Silvio Souza.

Comerciante de uma loja de roupas e moradora da avenida, há 45 anos, Maria do Carmo Batista dos Santos, de 65 anos, conta que desde o início do ponto provisório, cerca de três anos atrás, ela vive em uma situação de tristeza. “Esse terminal nunca trouxe cliente para mim, me isolou de tudo, trouxe prejuízo financeiro, muita poeira para minha saúde e mercadoria”, afirma. Quando ocorreu a construção do espaço, Maria, assim como outros moradores, viu os ipês que a família dela havia plantado sendo retirados da antiga praça. Agora, depois de muito estresse, a população só quer a arborização de volta.

Três vizinhos, que moram do lado que ficavam os ônibus, possuem a mesma opinião. O comerciante Humberto de Oliveira, de 55 anos, vive na mesma casa há mais de 20 anos e avalia que o trânsito da avenida foi impactado pelo terminal e obstrui a possibilidade dos moradores de andarem com mais facilidade a pé. “É difícil passar pelas ruas 1043, 1044 e 1045, as pessoas desistem de vir. Então, para nós, moradores, tem que tirar tudo e devolver o que é mais saudável, nossa praça”, diz.

Já o casal Meire Abádia Paulo Nunes, de 76 anos, e Gilson Nunes Barbosa, 78, percebem que a tranquilidade do bairro diminuiu por causa do barulho de ônibus durante os últimos anos e, agora, o desconforto é voltado às pessoas que frequentam o espaço durante a noite, correndo riscos de vandalismos.

O secretário de Desenvolvimento e Economia Criativa da capital, Sílvio Sousa, explica que, em um primeiro momento, a ideia é realizar feiras semanais para aproveitar a estrutura do terminal e evitar que ela vire sucata, de modo que não descarte a verba investida no espaço. “Seriam feiras especiais, nos moldes da Feira da Lua e do Sol, mesclando com lazer e esporte”, diz. Há também o plano de incluir na agenda vendas de alimentos produzidos por hortas de pequenos produtores ou de agricultura familiar.

Todavia, a possibilidade é flexível, visto que a Prefeitura busca ouvir os moradores e delinear o projeto que melhor atenda a população. “Cabe à comunidade definir como será utilizado o local, uma vez que será de uso coletivo, seja com praça, seja com centro de lazer e compras, seja como espaço de qualificação para jovens aprendizes”, argumenta.

Em nota, a Guarda Civil Metropolitana (GCM) informou que vai reforçar o policiamento na vizinhança do antigo Terminal Isidória provisório, e, no próprio espaço, para diminuir ações de insegurança. E que, caso os moradores percebam situações criminosas, devem denunciar por meio do número 153.

Já a CMTC explicou que os resquícios presentes na estrutura provisória não consistem em lixo, mas sim em restante de material do consórcio do BRT, que estão sendo retirados. “O trabalho está sendo realizado e logo o espaço será devolvido para a prefeitura”, afirma. (Manoella Bittencourt é estagiária do GJC em convênio com a PUC-Goiás sob supervisão do editor Rodrigo Hirose).

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