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Moradores revelam alívio em volta para edifício evacuado após deslizamento em Goiânia

Wesley Costa
Morador do Edifício Catas Altas, Marcos Antonio Soares, de 74 anos

Mesmo sem o segundo laudo solicitado, moradores do Edifício Catas Altas, um dos prédio evacuados após deslizamento de terra em uma obra no setor Marista, em Goiânia, relatam alívio por retornar à residência. O imóvel que faz divisa aos fundos com a construção predial da Opus Incorporadora teve de ser desocupado no dia 15 de janeiro, logo depois do acidente, e os residentes precisaram ficar ao menos cinco dias em um hotel da região, quando foram remanejados pela construtora.

O incidente ocorrido em um terreno de três mil metros quadrados (m²) da Rua 1.128 fez com que moradores de dois edifícios vizinhos deixassem os apartamentos. O primeiro a ser evacuado, o Edifício Villa Lobos, na mesma rua, ainda não teve o laudo de avaliação concluído. A previsão da Opus é o que o retorno ocorra ainda nesta semana. Já o Edifício Catas Altas, na Rua 1.127, teve um parecer favorável à volta dos residentes ainda na terça-feira (16), um dia após o deslizamento.

Naquela data, quando foi apresentado um laudo assinado pelo engenheiro civil Antônio Aparecido de Oliveira, os moradores ainda não sentiam segurança para retomarem ao imóvel. Em acordo com a incorporadora, solicitaram a realização de um segundo laudo. Conforme a Opus, ainda na sexta-feira (19), o documento estava em elaboração. Ainda não há confirmação se a nova avaliação predial já foi concluída. Mesmo assim, desde aquele dia, os residentes já começaram a voltar aos apartamentos.

A informação foi repassada nesta segunda-feira (22) pela incorporadora. O Daqui esteve no local e confirmou a movimentação dos moradores. O aposentado Marcos Antônio Soares, de 74 anos, conta que voltou para o apartamento dele, localizado no terceiro andar, ainda na sexta. Para ele, a situação está amenizada e o local está seguro. “Teve o susto, mas não teve coisa grave”, pondera.

Moradora há 19 anos no edifício, Hildene Menezes, de 81 anos, também relata segurança no local. Ela conta que estava com vontade de voltar à residência, principalmente por conta de um filho de 47 anos que possui deficiência, e que já estava agoniado de ficar num quarto de hotel, sem poder sair à rua. “Ele gosta de andar por aqui. Lá eu não deixava, porque não era a região dele”, comenta.

O Daqui tentou contato com a síndica do prédio, mas sem sucesso. Já os moradores não souberam informar se o segundo laudo foi feito, e se está finalizado. A avaliação seria paga pela própria Opus, a pedido dos residentes. “Diante do receio de alguns moradores em voltar ao prédio, a empresa e os moradores concordaram em também contratar um laudo emitido por profissional indicado de comum acordo entre incorporadora e condomínio”, informou a incorporadora, logo após a entrega do primeiro parecer.

A Defesa Civil do município já havia apontado, ainda na terça-feira, quando saiu o primeiro laudo de avaliação do edifício, de que não poderia mais impedir o retorno dos moradores. “Para a Defesa Civil, a apresentação do laudo com a ART garante a segurança dos moradores. O profissional habilitado assumiu a responsabilidade. Mas continuamos monitorando o caso”, disse o coordenador municipal do órgão, Robledo Mendonça.

O Edifício Villa Lobos, mais próximo ao local do acidente, ainda não teve o retorno autorizado. A Opus diz que “os monitoramentos atestaram que o edifício está estável e que não houve nenhum sinistro ou movimentação decorrente do incidente.” Conforme a incorporadora, a recomendação é que os moradores permaneçam hospedados diante da “intensa movimentação de obras próximas ao edifício para fins de liberação da rua, sendo que a manutenção no hotel busca dar um maior conforto.”

Previsão

A Opus aponta ainda que a expectativa é que a volta dos residentes seja liberada ainda nesta semana. Ao liberar o laudo do Edifício Catas Altas, a incorporadora informou que faria um monitoramento de 72 horas no Edifício Villa Lobos e que, após, seria feito um parecer técnico do imóvel. O mesmo ainda não foi concluído.

As causas do acidente ainda estão sendo investigadas pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), que aguarda um laudo pericial da engenharia forense da Polícia Técnico-Científica (PTC). Peritos estiveram no local da obra na última quarta-feira (17). A estimativa é de 15 a 20 dias para a conclusão do documento. A Opus também deve fornecer laudos que apontem as motivações para o deslizamento. Ainda não há informação de quando serão concluídos.

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