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Motorista de carro de luxo indiciado por atropelar e matar vigilante que ia para o trabalho é preso

Divulgação
Antônio Netto foi indiciado por matar o vigilante Clenilton Correia

O empresário Antônio Scelzi Netto, de 25 anos, que foi indiciado por matar o vigilante Clenilton Lemes Correia, de 38, após atropelar a vítima com um carro de luxo, foi preso novamente, nesta quarta-feira (24), em Goiânia. A Justiça revogou a liminar que permitia que o indiciado respondesse pelo homicídio em liberdade “em razão das circunstâncias do crime”.

A defesa de Netto informou à TV Anhanguera que vai recorrer. 

O mandado de prisão foi expedido nesta terça-feira (23), após os juízes e desembargadores do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) analisarem um novo pedido do Ministério Público de Goiás (MPGO).

De acordo com a Polícia Militar, a prisão foi realizada por volta das 10h desta quarta-feira na casa do motorista, que estava acompanhado do advogado. Os militares o conduziram até a Central de Triagem, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Segundo a Polícia Penal, nos próximos dias ele deve ser conduzido até a Casa de Prisão Provisória. 

De acordo com a Polícia Civil, o empresário estava embriagado e acima da velocidade permitida quando atropelou o vigilante, no dia 9 de junho, na GO-020, em Goiânia.

Decisão 

A defesa de Antônio havia argumentado, anteriormente, no pedido de habeas corpus de que o crime estava sendo tipificado como homicídio culposo, e que, dessa forma, não havia necessidade da prisão preventiva. Ainda justificou que o motorista é réu primário, possui residência fixa e trabalho lícito. O pedido foi aceito. 

A delegada do caso, Ana Claudia Stoffel, disse, na época, que não via necessidade de fazer um novo pedido de prisão até aquele momento, visto que Antônio "participou de todos os atos do processo e não atrapalhou as investigações". 

Contudo, na nova decisão, os magistrados entenderam que, embora a tipificação do crime por si só não seja motivo para mantê-lo preso antes do julgamento, as “circunstâncias do crime” permitem que ele responda em regime fechado, não sendo “suficiente, neste momento, a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão."

A morte da vítima de apenas 39 anos de idade, quando estava a caminho do trabalho, assumiu especial importância em razão das circunstâncias do crime: de madrugada, com embriaguez, omissão de socorro, fuga para esconder o veículo, recusa de realizar o exame de alcoolemia”, descreveu a decisão. 

Relembre o caso

O empresário Antônio Scelzi Netto, de 25 anos, que dirigia uma Mercedes-Benz C180, teria atropelado e arrastado o vigilante Clenilton Lemes Correia, de 38 anos, por volta das 5h40, no domingo (9). A vítima, segundo a família, estava indo para o trabalho em um condomínio fechado próximo à rodovia GO-020. O motorista fugiu sem prestar socorro. O empresário chegou a ser preso, mas foi solto no dia 11 de junho. 

A polícia localizou o suspeito após encontrar a placa do carro dele caída na rodovia, no local do acidente. Com as informações do veículo, os policiais foram até a casa do motorista, localizada em um condomínio de luxo.

Ao chegar no local, segundo a PM, as equipes encontraram o pai de Antônio que disse à polícia que o filho deixou o carro na garagem e fugiu de casa. O suspeito foi localizado andando próximo a um galpão da empresa da família no Jardim Guanabara. 

Ao ser questionado sobre ter fugido sem prestar socorro à vítima, ele alegou ter ficado sem reação, mas admitiu saber que a pessoa estaria morta.

Imagens de câmeras de segurança mostram o empresário bebendo em um bar no dia do acidente. No local, ele teria permanecido até às 22h de sábado (8), quando seguiu para um pub, na capital. No vídeo, ele aparece bebendo o que parece ser chopp e outras bebidas não identificadas.  

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