O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um procedimento com o objetivo de apurar as medidas que o Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, e as companhias aéreas estão adotando para garantir a segurança dos passageiros que passam pelo local. O procedimento, que abrange expedição de ofício às companhias e pedido de informações ao aeroporto, foi aberto em decorrência da prisão injusta de duas goianas na Alemanha após elas terem suas malas trocadas por bagagem com cocaína.
De acordo com o MPF, a “reincidência das irregularidades em voos de conexão oriundos de Goiânia” pode colocar em risco a atividade aeroviária goiana, uma vez que essas situações geram “insegurança nos passageiros e clientes, afetando a credibilidade dos serviços prestados.”
Além do caso das goianas Jeanne e Kátyna, que ficaram mais de um mês presas após terem a identificação de suas malas trocadas por bagagem que continha 40 quilos de cocaína, o MPF lembrou de um outro, divulgado pela Polícia Federal, em que uma passageira com voo saindo originalmente de Goiânia, com destino a Paris e com conexão no Aeroporto Internacional de Guarulhos, também teve a etiqueta de sua bagagem trocada durante a conexão.
Providências
No procedimento instaurado, o MPF informou ter expedido ofício às companhias aéreas, com pedido de resposta em até 15 dias, para que informem os procedimentos adotados para as seguintes situações:
- Contratação de funcionários, se são checados antecedentes criminais;
- Como se dá o processo de fiscalização das bagagens despachadas, se as malas são monitoradas por câmaras desde o check in até o embarque no voo;
- Se os passageiros recebem alguma instrução de segurança nas lojas, no site e no app da empresa a respeito do cuidado com as bagagens e se o tempo de conexão da maioria dos voos que saem de Goiânia para outros destinos pode ser um fator de risco;
- Quais providências estão sendo tomadas para minimizar esses riscos.
Por fim, o órgão solicitou informações ao Aeroporto Santa Genoveva sobre o procedimento de fiscalização das bagagens despachadas, inclusive indicando se a área comum do aeroporto e o trajeto das malas, desde o despacho, nas esteiras, até a efetiva acomodação nos aviões, são monitorados por câmeras.
O outro lado
Em nota enviada ao POPULAR, a CCR Aeroportos, responsável pelas operações do Aeroporto Santa Genoveva, declarou que “vai colaborar com a apuração do Ministério Público Federal (MPF) assim que for notificada e reitera que as companhias aéreas são responsáveis pela bagagem do passageiro, desde o momento em que ela é despachada até seu recebimento no destino final.”
A reportagem também entrou em contato com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) sobre o caso e aguarda retorno.