A bacharel em direito Larissa Roberta Soares, que mora em Anápolis, afirma que foi impedida de embarcar no voo que havia comprado, no Aeroporto Internacional Santa Genoveva, em Goiânia, por estar usando uma bomba de infusão. O caso aconteceu na manhã desta quinta-feira (18) e foi compartilhado nas redes sociais pelo médico cirurgião Zacharias Calil. Os dois participaram do mesmo congresso em Fortaleza (CE).O Daqui solicitou posicionamentos ao Aeroporto Internacional Santa Genoveva e também à Polícia Federal, na tarde desta sexta-feira (19). Em nota, a administração do Aeroporto lamentou "que a passageira tenha se sentido constrangida e informa que está tentando contato com ela para esclarecer os procedimentos de segurança que são seguidos pelos Agentes de Proteção da Aviação Civil na inspeção de Raio-X".A Polícia Federal informou que não houve acionamento da corporação no caso narrado.RelatoNo vídeo publicado por Calil, Larissa Roberta conta como tudo aconteceu. “Fui ao aeroporto e fui impedida de fazer o embarque porque simplesmente as pessoas tiveram que me revistar para saber o que eu usava no meio do busto, que é uma bomba de infusão”, afirmou.Segundo ela, um agente da Polícia Federal a revistou, e a questionou mais de uma vez sobre o equipamento. “Ele perguntou porque não tinha conhecimento do que era uma bomba de insulina, não sabia o que era”, contou, acrescentando que, além do constrangimento, ela perdeu o voo que havia comprado.“Nasci com uma deficiência física, que nada tem a ver com a diabetes, e, além de tudo isso, foi extremamente constrangedor todo o fator causado.Perdi o voo, tive que entrar em novo voo, fazer tudo [revista] de novo. Ia chegar às 11h e pouco, mas só cheguei às 14h e com a glicemia toda bagunçada”, destacou.EquipamentoLarissa Roberta detalha como o equipamento funciona. “A bomba de infusão fica conectada ao meu corpo e libera insulina dentro do meu organismo 24 horas por dia. Posso ficar sem ela por apenas uma hora ao dia, no período de banho, por exemplo”, pontuou.Ela também disse esperar que as pessoas se informem mais sobre o assunto. “Não é um equipamento que vai explodir um avião. É um equipamento utilizado para controle glicêmico, ele possui todos os links necessários que podem ser acessados via web para explicação do que é, assim como o nosso chip de verificação glicêmica”, disse.O médico Zacharias Calil também opinou sobre a situação. “Fiquei indignado de ver como as pessoas no brasil são mal preparadas para atendimento de pessoas com deficiência e também portadoras de determinadas doenças que utilizam a insulina para poder sobreviver”, ressaltou.Nota do Aeroporto de Goiânia na íntegra"A administração do Aeroporto Internacional Santa Genoveva (GYN) lamenta que a passageira tenha se sentido constrangida e informa que está tentando contato com ela para esclarecer os procedimentos de segurança que são seguidos pelos Agentes de Proteção da Aviação Civil na inspeção de Raio-X. Estes procedimentos obedecem um padrão das medidas de segurança, conforme disposto pela resolução 515 da ANAC, que estabelece no art.3.o:IV – “caso o alarme sonoro do pórtico detector de metais seja disparado, o passageiro deverá observar as orientações do APAC relacionadas aos procedimentos necessários para resolução do alarme, que poderão incluir nova passagem pelo pórtico, inspeção por meio de detector manual de metais, inspeção por meio de escâner corporal e busca pessoal”;Neste caso, especificamente, os agentes seguiram os procedimentos de busca pessoal, conforme prevê a legislação.Aeroporto Internacional de GoiâniaAssessoria de Imprensa"