Dados da plataforma de indicadores de doenças respiratórias da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO), atualizados na tarde desta terça-feira (18), apontam que cinco pessoas já morreram por gripe no estado em 2023. Uma das mortes – uma mulher de 43 anos e sem comorbidades – foi provocada pela cepa H1N1 do vírus Influenza A. Já as outras quatro pessoas, todas com idade entre 5 meses e 20 anos, morreram após serem acometidas pela cepa Victoria do vírus Influenza B. No entanto, apesar de soar como uma nova ameaça, essa cepa é uma velha conhecida das autoridades de saúde e é, inclusive, combatida pela eficácia da vacina.É o que explica a médica infectologista Christiane Kobal. Segundo ela, as cepas que circulam em Goiás são todas “do vírus da gripe normal” e podem ser evitadas pelos métodos convencionais de prevenção. “Falta usar máscara em ambiente fechado, vacinar e os médicos reconhecerem que é gripe e passarem o devido tratamento”, destacou.Kobal afirma ainda que a vacina atualmente disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é eficaz contra todas as cepas do vírus da gripe em circulação, uma vez que o imunizante passa por estudos e aperfeiçoamentos periódicos para poder ‘reconhecer’ e combater as cepas conhecidas e em vigor.Gripe em jovensFato que chama a atenção e preocupa as autoridades em saúde é a circulação ampla do vírus da gripe em pessoas de faixas etárias mais jovens, causando, inclusive, óbitos.Para se ter uma ideia, duas das vítimas fatais registradas neste ano tinham menos de 2 anos, uma tinha 15 e a outra apenas 20 anos de idade. Contudo, Chrstiane Kobal explica que a situação, apesar de preocupante, não é novidade, uma vez que essas são justamente as faixas etárias mais suscetíveis ao vírus.“São as crianças e jovens que ficam mais expostos, ficam nas salas de aula, ambientes fechados. E hoje ninguém mais está usando máscara”, pontua a infectologista, que enfatiza que o vírus da gripe não deve ser subestimado e pode ser fatal para pessoas muito jovens ou muito idosas.“Falta a população se vacinar. E é preciso lembrar que a vacina tem um tempo pra fazer efeito, pelo menos duas semanas. Então é importante lembrar que, quanto mais cedo a pessoa se vacinar, melhor”, disse Kobal, lembrando que a vacina tem a capacidade de reduzir drasticamente as chances de a pessoa que se contaminar pelo vírus Influenza ter um quadro grave da doença.VacinaçãoA campanha de vacinação contra a Influenza segue até o dia 31 de maio, em todo o Brasil, e “tem como objetivo imunizar, pelo menos, 90% das pessoas que integram os grupos prioritários”.Integram esses grupos: pessoas com 60 anos ou mais, trabalhadores da saúde, gestantes, puérperas, indígenas, crianças de 6 meses a 6 anos, professores, pessoas com comorbidades, trabalhadores do transporte coletivo, pessoas com deficiência permanente, caminhoneiros, portuários, profissionais das forças de segurança e salvamento e das Forças Armadas, servidores do sistema carcerário, população privada de liberdade e adolescentes que cumprem medida socioeducativa.