JOÃO GABRIEL PALHARESCinco unidades de saúde da rede pública da capital se encontram fechadas ao atendimento da população, quatro delas com obras em andamento e uma com execução paralisada por questão contratual. A Unidade de Saúde da Família (USF) Condomínio das Esmeraldas, na região sudoeste de Goiânia, é a que deve ser entregue mais rapidamente: está com 90% das intervenções necessárias realizadas e, segundo a previsão da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a revitalização deve ser concluída em 15 dias.Fechados desde o início da atual gestão, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Guanabara e o Centro de Referência em Ortopedia e Fisioterapia (Crof) estão com as obras dentro do cronograma previsto para execução, conforme a SMS. Além dessas, a pasta informou ao jornal que o Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais) Amendoeiras também está “parcialmente fechado para revitalização”. Todas as unidades tiveram os seus usuários direcionados para outros pontos.Em passagem pelo Condomínio das Esmeraldas, a reportagem constatou nesta quarta-feira (10) que a unidade está totalmente fechada, tendo seus serviços direcionados a outros pontos da rede municipal. Para a reabertura da USF é preciso que seja instalado um drywall, material utilizado para fechar os consultórios até o teto, estrutura que não havia antes no local.Segundo uma moradora da região, por conta do fechamento, há dois meses, três filhos com idade entre 2 e 5 anos estão sem tomar as vacinas de rotina. A comerciante diz que, antes mesmo do fechamento para obras, já encontrava dificuldades para realizar a aplicação por “falta de material”. Apesar do remanejamento temporário da vacinação para o Residencial Itaipu, a mulher diz que enfrenta dificuldades para levar os filhos ao local devido à distância das unidades.A deliberação da reforma na unidade foi realizada após audiência, no dia 7 de maio, pela 53ª Promotoria de Justiça de Goiânia. A decisão teria ocorrido após a constatação, pela Vigilância Sanitária, da necessidade de saneamento de irregularidades emergências. À época, a SMS teria o prazo de 20 dias para concluir os reparos indicados.Cerca de um mês depois, foi constatado pela promotoria que 90% das intervenções necessárias já teriam sido efetivadas, sendo remanescente apenas o drywall dos consultórios médicos; a pintura das janelas e portas; o assentamento de pia nos consultórios médicos; e a instalação do compressor de odontologia na área externa. Diante da situação, foi acordado pelo Ministério Público o prazo de dez dias para conclusão. Uma nova vistoria seria marcada quando a unidade já estivesse pronta e em pleno funcionamento.Apesar da informação, a promotoria pretende realizar uma nova vistoria no local na próxima quarta-feira (17). Ainda nesta semana houve a informação de que o diretor responsável pela obra informou ter realizado uma reunião para que a empresa executante agisse com “celeridade”.Ciams Pedro LudovicoA unidade que se encontra fechada e com obra totalmente parada é o Centro Integral de Atendimento Municipal (Ciams) do Setor Pedro Ludovico. O local já havia sido motivo de reportagem do jornal em março, que relatou que os trabalhos estavam parados desde novembro de 2023. À época, a SMS declarou que as obras haviam sido suspensas com a empresa contratada por “descumprimentos de cronograma de execução” e “falta de financiamento como previa o contrato”.Nesta quarta-feira (10), a SMS, por meio da assessoria, afirmou que as obras “devem ser retomadas nos próximos dias” e que o trabalho será concluído “ainda nesta gestão”. A nota da secretaria acrescentou também que “somente neste gestão a Prefeitura já revitalizou 67 unidades de saúde”. São “unidades que estavam há anos sem receber manutenção adequada”, concluiu a nota.(João Gabriel Palhares é estagiário do GJC em convênio com a UFG)