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Operação em Goiás e no Pará mira extração ilegal de ouro

Divulgação/Polícia Federal
A linha de transmissão Xingu-rio é a maior do mundo, beneficiando cerca de 20 milhões de pessoas.

Uma operação da Polícia Federal cumpre mandados de prisão e busca e apreensão no Pará e em Goiás nesta quarta-feira (8). A ação dos agentes é para combater a extração ilegal de ouro em uma fazenda onde passa a linha de transmissão Xingu-Rio, reponsável por levar energia ao sudeste do país. 

Segundo a PF, o prejuízo da atividade ilegal é estimado em R$ 20 bilhões e os danos causados vão desde o desmatamento, escavações, gravíssima contaminação do solo até a contaminação do rio próximo a propriedade com mercúrio e outras substâncias.

Os policiais já cumpriram um mandado de prisão preventina e nove de busca e apreensão em Curionópolis, Marabá e em Goiânia. Além do sequestro de bens e valores em R$ 161 milhões e a inalienabilidade da fazenda, avaliada em R$ 200 milhões.

A linha de transmissão Xingu-rio é a maior do mundo, beneficiando cerca de 20 milhões de pessoas. Leva energia gerada em Belo Monte, desde Anapú, no Pará, até Paracambi, no Rio de Janeiro, sendo responsável por cerca de 40% daquele Estado.

Dono da fazenda

O proprietário da fazenda, alvo de mandado de prisão nesta quarta-feira (8), é um grande empresário pecuarista, que não tem permissão de lavra garimpeira ou concessão de lavra, emitida pela Agência Nacional de Mineração (AMN) e que também não tem as devidas licenças ambientais.

De acordo com a apuração, movimentações financeiras do suspeito apontam a existência de intermediários na venda do ouro extraído ilegalmente.

O POPULAR não teve acesso ao nome do empresário e por isso não identificou a defesa para posicionamento. 

A PF descobriu que o empresário tentou apagar evidências de crimes ambientais e, portanto, sua liberdade coloca em risco a obtenção de provas e o andamento das investigações.

Operação Boi Dourado

De acordo com a Polícia Federal, as investigações da Operação Boi Dourado tiveram início após diversas denúncias de moradores das proximidades da fazenda e informação da empresa Xingu-Rio que, durante a fiscalização das 4.448 torres de energia, percebeu que a extração de ouro se aproximava da linha de transmissão.

Em setembro de 2022, foi deflagrada a primeira fase da operação, denominada Saturnus, ocasião em que foi cumprido mandado de busca e apreensão na fazenda e inutilização de três pás carregadeira.

A perícia policial realizada durante a operação deve dar estimativa mais precisa sobre o dano ambiental, que inclui a poluição do rio Sereno - afluente do rio Tocantins responsável pelo abastecimento de várias cidades. O valor leva em consideração o gasto necessário para se recompor o meio ambiente.

Os envolvidos devem responder pelos crimes de usurpação de bens da união, crimes ambientais e associação criminosa.

Divulgação/Polícia Federal
Agentes cumprem mandados em Curionópolis, Marabá e em Goiânia.
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