A reconstrução asfáltica de 500 quilômetros (km) de ruas de Goiânia está em licitação, cujo aviso consta no Diário Oficial do Município (DOM) publicado na noite desta terça-feira (2). O projeto faz parte do Programa Goiânia Adiante, lançado no ano passado pelo Paço Municipal e visto como principal investimento da gestão nas áreas de infraestrutura, mobilidade, saúde e educação. A previsão orçamentária, segundo consta no Goiânia Adiante, é de R$ 480 milhões para o projeto, enquanto todo o programa tem orçamento estipulado em R$ 1,7 bilhão.O aviso de licitação foi divulgado com a previsão de abertura da proposta para o próximo dia 26 de maio. O objeto prevê serviços de execução de manutenção de vias e revitalização de capa asfáltica. A Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) confirma que a licitação refere-se ao Programa 500 km, do Goiânia Adiante, lançado pelo prefeito Rogério Cruz (Republicanos). O prazo de execução de todos os serviços tem previsão de 12 meses. O edital do processo ainda não foi publicado na Transparência da Prefeitura, não sendo possível verificar detalhes da proposta ou mesmo o orçamento exato.Pela primeira vez, o Paço vai usar o método de licitação denominado Concorrência Eletrônica, que passou a existir com a nova lei de licitação, a 14.133/2021. Segundo a Seinfra, “não há diferença significativa entre pregão e concorrência eletrônica”. “A adoção da concorrência se dá pela característica do serviço, que, por ser de engenharia, a nova lei determina que seja concorrência”, informa a pasta. O processo será do tipo maior desconto e o modo de disputa é aberto e fechado, ou seja, a etapa final é realizada com lances sem que as empresas concorrentes saibam o valor ofertado pelas demais.Projetos parecidosA concepção do Projeto 500 km é semelhante com o que ainda ocorre na cidade desde a gestão Iris Rezende (MDB), com o Projeto 630 km, cujo objeto é a reconstrução asfáltica de 630 km de ruas da capital, em cerca de 620 vias localizadas em 107 bairros. Neste caso, a licitação feita em 2019 e as obras iniciadas em 2020, tem custo atual de cerca de R$ 290 milhões. A promessa era que o serviço fosse finalizado até o final de 2020, mesmo que o contrato tivesse um prazo total de 24 meses. Em janeiro de 2021, com o começo da gestão Rogério Cruz, o programa passou a ser chamado formalmente de Asfalto Novo e tinha previsão de entrega até setembro daquele ano.No entanto, em dezembro de 2021, o balanço das obras municipais registrou que o Projeto 630 km estava ainda com 74% concluído e paralisado sob o argumento de estar em período chuvoso. No mês seguinte, o contrato foi alvo de um relatório da Controladoria Geral da União (CGU), que aponta problemas na execução do serviço, tanto em relação ao planejamento e a realização da obra de restauração asfáltica. Na época, o Paço pediu às empresas contratadas que fizessem a adequação do serviço à qualidade desejada pelo órgão federal.O serviço foi retomado em abril de 2022, na região Sudoeste da capital, e, mesmo assim, em ritmo lento. Para se ter uma ideia, em março de 2023, o balanço das obras municipais apontou que a conclusão estava em 79,9%. A Seinfra informa que foram executados até agora 509,52 km (80,87%), restando a execução de 120,48 km (19,12%).