A Polícia Civil de Goiás (PC-GO) investiga se o carro de luxo que bateu contra o motociclista de aplicativo Leandro Fernandes Pires, de 23 anos, e o passageiro David Antunes Galvão, de 21, no viaduto da T-63 era dirigido pelo médico Rubens Mendonça Filho, de 30, ou por sua esposa, que não teve o nome divulgado. Além disso, o delegado responsável pelo caso, Hellyton Carvalho, pediu à empresa Volvo, fabricante do veículo, uma análise técnica para confirmar a velocidade em que o carro estava.Determinamos a intimação de cinco testemunhas presenciais do fato e identificamos outras cinco que também teriam presenciado. Desta terça-feira (25) para quarta-feira (26), vamos ouvi-las. O médico e a esposa, que estava em sua companhia durante o ocorrido, serão ouvidos em um segundo momento", explicou o investigador.A polícia detalhou que solicitou a colaboração da fabricante Volvo a partir da disponibilização de um técnico para a realização da leitura dos dados do carro, para que assim seja possível definir qual velocidade o carro estava no momento da batida. As informações foram repassadas pelo delegado nesta terça-feira (25).A defesa do médico disse que a história de que a mulher estivesse no volante não se confirma e que há, inclusive, vídeos do interior do carro instantes antes do acidente e que comprovam que o veículo estava sendo dirigido por Rubens. O Daqui pediu as imagens, mas o advogado, Danilo Vasconcelos, informou que por questões de segurança de seus clientes, a defesa optou por se resguardar.O acidente aconteceu no dia 20 de abril. O carro de Rubens estava em alta velocidade, segundo testemunhas. O delegado Hellyton contou ainda que as testemunhas disseram ter visto o carro “saindo” do chão.O investigador explicou que a polícia recebeu a informação de que algumas pessoas realizaram postagens em redes sociais dizendo que teria ouvido da esposa do médico de que ele estaria testando a potência do veículo, sendo capaz ou não, de atingir a velocidade de 0 a 100 quilômetros por hora em quatro segundos. Houve também comentários de que a esposa era a condutora.Diante dessas informações, intimamos essas pessoas para que elas sejam ouvidas e confirmem o que estão dizendo. Também vamos colher imagens do ponto em que o carro parou para que possamos ver quem realmente estava no volante", disse.Segundo o delegado, a análise das imagens por si só não é o suficiente para verificar a velocidade do carro, por isso ele soliciou a fabricante uma análise técnica dos dados do veículo.O Daqui entrou em contato por e-mail, nesta terça-feira (25), com a fabricante Volvo para saber se a empresa vai colaborar com as investigações e aguarda retorno.A defesa de Rubens havia dito que o carro foi fechado e, por isso, o motorista tinha perdido o controle. Sobre isso, o delegado disse que foi solicitado à perícia um quesito específico que responda se o carro apresentou uma falha técnica e que imagens serão analisadas para ver se o médico foi, de fato, fechado e, por isso, entrou na contramão.Em todas as circunstâncias, o delegado explica que a velocidade precisa ser confirmada.Temos que saber se ele foi fechado enquanto respeitava o lmite de 50 quilômetros por hora ou se ele estava com o dobro da velocidade. Esse aspecto só será respondido após análise de imagens e perícia", disse.O investigador disse que o caso é investigado como um duplo homicídio culposo, quando não há intenção de matar, porém, se for confirmado o excesso de velocidade e que o condutor estava testando a potência de velocidade do veículo, pode ser que haja a intimação por duplo homicídio culposo com dolo eventual, que é quando o suspeito assume o risco de matar.As vítimasO motociclista por aplicativo Leandro Fernandes Pires, de 23 anos, trabalhava na categoria há cinco dias como uma forma de ganhar uma renda extra, segundo contou o irmão, Eduardo Fernandes."Ele estava trabalhando para sustentar a casa e acabou morrendo pela irresponsabilidade de terceiros. Jamais imaginamos que isso poderia acontecer, um rapaz novo, trabalhador. Vamos correr atrás, não pode ficar assim não”, contou Eduardo.O passageiro David Antunes Galvão, de 21 anos, era garçom de um restaurante, em Goiânia. Segundo a família do rapaz, David voltava para casa após o expediente quando sofreu o acidente."Ele era um rapaz muito novo que tinha apenas sonhos. Começou a trabalhar em um restaurante há pouco mais de um mês e estava voltando para casa", conta a irmã.AcidenteImagens mostram que a moto em que estavam Leandro e David a frente do carro que bateu contra ela ficaram completamente destruídos. De acordo com a Delegacia de Investigação de Crimes de Trânsito (DICT), a batida aconteceu quando um carro que seguia pela avenida perdeu o controle da direção e bateu contra uma motoneta, que contava com duas mulheres. A condutora precisou ser encaminhada a uma unidade de saúde da capital.Depois de atingir as mulheres, o carro bateu contra a motocicleta, que transportava os dois jovens. De acordo com a polícia, com o impacto, a moto bateu contra um segundo carro que também seguia na avenida. Os dois jovens que estavam na moto foram arremessados e caíram na via lateral do elevado.A polícia afirmou que o motorista dos dois carros envolvidos permaneceram no local e fizeram o teste do bafômetro, que deu negativo. Ao POPULAR, o aplicativo 99, no qual Leandro era cadastrado, lamentou o acidente que causou a morte dele e do passageiro.Nota do condutor do carroO Rubens (condutor) possui CNH há 12 anos e nunca teve sequer multa de trânsito. Se trata de uma tragédia, de um acidente. Ele fez o teste do bafômetro e constatou que não bebeu. Ele foi fechado por um outro veículo e perdeu o controle do carro, infelizmente. Ele ficou no local e prestou socorro para as vítimas. Ele está à disposição das autoridades e deseja que tudo seja esclarecido. Ele se solidariza com a dor das famílias enlutadas.-Imagem (1.2648306)