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Peça sobre educação sexual com pênis inflável gigante causa polêmica em Planaltina

O espetáculo "O auto da camisinha", que adapta a radionovela homônima do cearense José Mapurunga, foi apresentado Centro de Ensino Fundamental 03 de Planaltina, no Distrito Federal, nesta última terça-feira (8), e gerou polêmica quando a notícia chegou até alguns pais. A revolta se deu por conta do teor da peça, que contava com um pênis inflável gigante como adereço e uma marchinha de carnaval que leva a letra "pega a minha rola".

A história é de um casal sertanejo que se prepara para a primeira relação sexual, e de forma lúdica tenta ensinar pré-adolescentes do 8º e 9º do Ensino Fundamental sobre gravidez e doenças sexualmente transmissíveis. Benedito é um jovem ingênuo, e Lionor uma moça que percebe no uso da camisinha um sinal de respeito e vai ensinar o rapaz como usá-la.

No Facebook, pais divulgaram vídeos gravados pelos filhos mostrando indignação com a abordagem, que consideraram inapropriada. "Isso aqui é coisa de estar na escola? Isso é inadmissível", escreveu a autora de uma postagem.

"Justamente por ser uma linguagem popular, aborda essas temas de forma muito natural, com o linguajar das pessoas", explicou o diretor da Hierofante Companhia de Teatro, Anderson Floriano ao G1. "Se usarmos termos muito sérios, técnicos, não conseguimos atingir o público".

"Já fomos interrompidos, disseram que estávamos incentivando. Na verdade é o contrário: a gente não estimula, a gente informa. Já apresentamos até dentro de igreja católica e evangélica", conta ele. "A gente sabe que é dentro das escolas onde começam muitos relacionamentos. Então propomos que isso seja discutido em sala de aula."

Em nota, requerida pelo jornal Correio Braziliense, a escola afirmou que "o tema faz parte do currículo oficial da Secretaria de Educação. A parceria primava pela informação de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis no contexto educacional" e que "em nenhum momento o material entregue pela companhia teatral explicitava cenas com teor pornográfico. A escola não teve acesso prévio às imagens, figurinos e trilha sonora utilizadas na apresentação. Ao receber a apresentação, objetivou-se o viés pedagógico do tema, tão importante para os alunos nessa faixa etária". 

"Fizemos mais de 640 apresentações, em sete estados do Brasil e também no exterior", defendeu o diretor do espetáculo. "A nossa missão é informar, de uma maneira simples e direta, sobre o uso do preservativo. A peça não tem caráter erótico, e sim, educativo. Queremos que as pessoas, sobretudo os jovens, compreendam a importância do sexo seguro por meio da camisinha".

Anderson dos Reis/Divulgação
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