O padre Richard Bucci, de 72 anos, da Igreja do Sagrado Coração, em Rhode Island (EUA), afirmou em uma lista mensal da paróquia que abortar é pior que abusar sexualmente de uma criança. A informação é do jornal The Guardian.
Ele proibiu 44 políticos, que votaram a favor da Lei da Privacidade Reprodutiva, que prevê que o Estado não deve negar ou interferir no direito da mulher em escolher ter um filho ou abortar, de comungarem em sua Igreja. Na carta, ele explica que, segundo os ensinamentos da Igreja Católica, as pessoas que concordam com isso, não podem comungar, ser padrinhos/madrinhas, testemunhas de casamento ou ter um papel ativo na Igreja.
"Não estamos a falar de nenhuma outra questão moral, onde alguns podem fazer uma comparação entre pedofilia e aborto", disse o Rev. Richard Bucci à televisão local WJAR. "A pedofilia não mata ninguém, ao contrário do aborto", afirmou.
Here’s a photo of the notice received by lawmakers including @repmcentee33 pic.twitter.com/diBYuAVod9
— Ian Donnis (@IanDon) January 31, 2020
A representante do partido Democrata em Rhode Island, Carol Hagan McEntee, criticou o padre e disse que ele não "entende nada quando diz que a pedofilia não mata ninguém". Ela falou ainda que o padre deveria ter ouvido as vítimas de abusos sexuais.
De acordo com o jornal "Daily Mail", a representante democrata e a irmã foram molestadas por um padre da Igreja do Sagrado Coração de West Warwick durante sete anos. O homem acusado pelos crimes já morreu. "Pessoalmente, sinto que este é um ataque continuado dele [Richard Bucci] a mim e à minha família devido ao que aconteceu à minha irmã", diz Carol Hagan McEntee em entrevista à "CBS News".
Ela contou que o reverendo a expulsou em dezembro de 2019 do funeral de um familiar. Bucci nega.
A Igreja do Sagrado Coração de West Warwick foi acusada de investir 10 milhões de dólares em um lobby, que ajudaria a travar a legislação que protege menores de abusos.