Geral

Pintura de viaduto em Goiânia deve ser iniciada até março

Wildes Barbosa
Viaduto do cruzamento da T-63 e 85: placas metálicas foram retiradas após um incêndio pôr em risco a obra

O viaduto João Alves de Queiroz, localizado no cruzamento das avenidas T-63 e 85, segue apenas no concreto, diferente do que foi prometido pelo Paço Municipal no ano passado, quando as placas metálicas foram retiradas do local após um incêndio colocar em risco a obra. A construção está dentro do projeto de Arte Urbana, no qual os espaços se tornam lugar para exposição de obras de arte, como painéis de grafismo, tal qual ocorre no Complexo Viário da Jamel Cecílio. Existia a promessa de que as pinturas estivessem no viaduto da T-63 ainda no passado, o que não ocorreu, e agora a previsão é de que isso seja iniciado até o começo de março.

O secretário municipal de Cultura (Secult), Zander Fábio, explica que houve um problema orçamentário no final do ano passado, em que a verba ainda não tinha sido liberada para a contração dos artistas e da compra do material, o que já ocorreu neste ano. O incêndio no viaduto, causado pelo pintor Baltazar Campos David no dia 15 de julho de 2022, estragou boa parte das placas metálicas que revestiam a construção, especialmente nas laterais das trincheiras da Avenida 85, nas colunas que sustentam o elevado da Avenida T-63 e o próprio elevado. Com isso, a Prefeitura optou pela retirada de todas as placas, que já eram criticadas por especialistas em razão dos perigos que causavam.

Isso porque havia recomendação do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (CREA-GO) para que as placas fossem retiradas, já que as mesmas causavam transtornos porque se soltavam em razão da passagem do vento, tinham avarias e eram propensas à combustão, o que de fato ocorreu. A previsão do Paço era que a inclusão do viaduto da T-63 no projeto Arte Urbana faria com que a nova decoração, com as pinturas, estivesse pronta já em setembro. No entanto, apenas em outubro houve a publicação de um credenciamento dos artistas interessados em participar do projeto. A intenção era credenciar 50 artistas.

Zander Fábio conta que o credenciamento já foi finalizado com a seleção de 12 artistas. Assim, cada um deles terá um espaço de 100 metros quadrados (m²) do concreto do viaduto para praticar a realização da obra de arte. A primeira etapa, segundo o secretário da Secult, será nas colunas e nos parapeitos do elevado da T-63. “Já selecionamos os artistas, definimos o valor do cachê. Estamos fazendo a licitação da compra do material. Houve um problema na demora do orçamento, por isso não conseguimos fazer no ano passado, mas agora vamos fazer, para começar no fim desse mês ou começo do próximo.”

O secretário relata que foi montada uma comissão dentro da Secult para decidir sobre o que seria pintado no viaduto, a partir de dois temas pré-determinados. Assim, as obras terão que ser sobre monumentos da capital, como a Praça Cívica, o Obelisco, a Torre do Relógio e outros, ou personalidades famosas de Goiás. Os artistas selecionados receberam os termos e, segundo Fábio, já estão enviando os croquis dos desenhos para a comissão da secretaria avaliar se estão pertinentes com o desejo da Prefeitura. Após essa definição e a compra dos materiais, haverá o início das pinturas.

Não há determinação ainda de quando as obras estarão finalizadas, o que depende de cada artista e da dificuldade da pintura em si. O secretário reforça também que as chuvas atrapalham o trabalho dos pintores, especialmente nos dias de tempestades, tanto pela segurança deles quanto para a fixação das tintas no concreto, o que pode demorar na finalização das obras. “A chuva atrapalha, mas não foi por isso que não fizemos no ano passado, foi uma questão de liberação do orçamento mesmo, mas agora já está tudo certo”, conta. As demais etapas, ou seja, a pintura das laterais do elevado e da trincheira da Avenida 85, ainda não estão marcadas.

O incêndio no viaduto da T-63 não chegou a causar danos estruturais na construção, o que foi atestado por técnicos da Prefeitura e por terceirizados. O trânsito no local chegou a ser suspenso até que a segurança dos motoristas e pedestres estivesse garantida. Para se ter uma ideia, o tráfego na trincheira só foi liberado quatro dias após o ocorrido, enquanto que o elevado só recebeu veículos 38 dias depois. Baltazar Campos David, o autor do incêndio, foi preso no mesmo dia do ocorrido, mas solto 24 horas depois em audiência de custódia. Ele responde em liberdade sobre o ato e uma audiência do caso está marcada para o dia 11 de maio.

Comentários
Os comentários publicados aqui não representam a opinião do jornal e são de total responsabilidade de seus autores.
ANUNCIE AQUI