O cabo da PM de Goiás, Francisco de Assis Jesus dos Santos Soares de Oliveira, foi preso na quinta-feira (28) acusado de aplicar um golpe que soma R$ 1 milhão em 20 colegas lotados no Batalhão de Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), onde ele atuava. O golpe envolvia supostas orientações sobre aplicação em criptomoeda, ativos de renda variável e apostas esportivas.Há cerca de um ano, o policial passou a atrair os colegas para os supostos investimentos, que chegaram a criar uma banca conjunta mantida pelo acusado. Para entrar no grupo, a vítima precisava fazer um aporte inicial de R$ 10 mil. Na denúncia apresentada pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) consta que o cabo prometia lucros de 30% a 50%, mas chegou a dar algum retorno financeiro às vítimas no começo.Os recursos eram aplicados, segundo o cabo, em uma plataforma on-line, com sede no Reino Unido e ele prometia se responsabilizar por eventuais prejuízos.No final do ano, após um período sem novos pagamentos, os policiais começaram a cobrar de Francisco de Assis, que passou a alegar problemas técnicos na plataforma. O cabo chegou a pedir mais R$ 2 mil de cada policial uma última vez, mas não obteve retorno de nenhum deles. Ele então prometeu devolver todo o suposto investimento aos colegas até 20 de dezembro, o que não ocorreu.O cabo seguiu insistindo em problemas na plataforma para fazer o saque do dinheiro e o caso passou a ser investigado, culminando com a prisão e a denúncia nesta semana pelo MP-GO. Francisco de Assis também teve os bens bloqueados a pedido do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial (NCAP) e pela 84ª Promotoria de Justiça de Goiânia.A reportagem não conseguiu contato com a defesa do cabo.