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Polícia investiga empresa de vigilância, em Pirenópolis

Diomício Gomes
Município histórico de Goiás: vigilância seria feita à noite com uso incessante de sirenes em motocicletas

Após denúncias de moradores, a Polícia Civil começou a investigar se uma empresa de vigilância particular estaria ameaçando os cidadãos para contratar o serviço, em Pirenópolis, a 130 quilômetros de Goiânia. Segundo o delegado responsável pelo caso, Tibério Martins, oito pessoas já foram ouvidas de maneira informal, além do dono do Grupo Lima Monitoramento. 

Ao DAQUI, moradores reclamaram que estariam sendo coagidos a contratar o serviço, pois “o restante” da vizinhança já pagava as taxas mensais. De acordo com eles, os próprios vigias batem nas portas das casas para oferecer o trabalho, o que aumenta o medo, pois “fica a impressão de que se você não pagar vai ficar desprotegido”, relatou um cidadão.

Tibério contou que os investigadores já ouviram oito pessoas que foram abordadas pelos vigias, porém, revela que nenhuma delas descreveu um tratamento ostensivo. “Algumas delas disseram que eles ofereceram o serviço e que não quiseram contratar. Outros disseram que estão contribuindo com os 40 reais porque acreditam que assim estão mais seguros”, revelou.

O responsável pela empresa, que tem 45 anos, e um dos vigilantes prestaram depoimento à polícia nesta quarta-feira (3). Para o delegado, ambos alegaram que a empresa atende cerca de 200 moradores que fazem o pagamento voluntariamente. “Mas a gente segue procurando outras pessoas que possam relatar esse tratamento mais ostensivo e as ameaças”, destacou Tibério.

Indicação

Um comerciante também revelou que um sargento da Polícia Militar também esteve na loja dele para dizer que o serviço seria “interessante”.  Em nota, a corporação alegou que o agente mencionado não tem ligação com a empresa, mas não falou se ele estaria indicando a proteção privada. Além disso, recomendou que os moradores denunciem os casos de coação e ameaça.

Irregularidade

Segundo o delegado, o responsável pela empresa revelou no depoimento que a regularização junto à Polícia Federal está pendente. Ou seja, o serviço ainda não teria autorização para ser prestado no município. “Nós já enviamos um ofício para a PF, que é o órgão responsável pela fiscalização e controle desse tipo de empresa, mas ainda não tivemos uma resposta”, afirmou.

O investigador afirmou que já notificou o órgão para tomar providência e explica que a Polícia Civil é responsável pela investigação do possível crime de extorsão. “Nós temos uma lista com em torno de 200 clientes. Não vamos chamar todos, mas vamos escolher aleatoriamente dez deles e chamá-los para ver como foi a abordagem, qual o serviço foi oferecido e o contrato”, explicou.

Denúncias

Por fim, Tibério pede que os moradores, que tenham se sentido constrangidos pela abordagem dos vigilantes, denunciem. “A gente precisa dessas denúncias. Mesmo que as pessoas não queiram depor, elas podem fazer a denuncia de forma anônima com informações que nos ajudem a chegar nessas abordagens constrangedoras”, finaliza. 

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