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Prédios históricos na Praça Cívica, em Goiânia, passam por restauro

Wesley Costa
A degradação é visível em prédios históricos da Praça Cívica

Tombados como patrimônios históricos brasileiros, os prédios que ocupam a Praça Cívica, no Centro, começam a passar por obras de restauro a partir desta semana. Com investimento de R$ 3,5 milhões, proveniente do Tesouro Estadual, o projeto de revitalização do espaço tem o intuito de promover uma ocupação de um dos pontos de cultura mais valorosos da capital.

As obras começam pelo Centro Cultural Marietta Telles Machado, que serve de local para a Gibiteca Jorge Braga, Museu da Imagem e Som (MIS), o Cine Cultura e a sede da Secretaria de Estado da Cultura (Secult Goiás). A revitalização segue de fora para dentro, com novas pinturas nas fachadas externas. Testes de cor foram realizados para que os edifícios fiquem semelhantes como quando foram erguidos, há mais de 80 anos.

Depois do Marietta Telles, as obras seguem para o edifício da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Goiás (Seds). A previsão de término é de 180 dias, “caso não ocorra um atraso por conta do período de chuvas”, segundo a pasta. Todos os serviços nos prédios abrangem reparos nas rachaduras, marquises e pingadeiras.

“Queremos começar pela recuperação total das fachadas, valorizando a arquitetura dos prédios da Praça Cívica. É um projeto minucioso e que requer um trabalho em equipe”, explica a secretária Yara Nunes. Marco zero da construção de Goiânia, que comemora 90 anos em outubro, a Praça Cívica foi criada sob influência do movimento art déco, que brilhava na época. “É preciso dar vida a um local tão importante para a cidade”, destaca a gestora.

O cronograma inclui a reforma do Palácio das Esmeraldas, que está em processo licitatório, com início das obras previsto para o segundo semestre. As ações também abrangem o prédio principal da antiga Procuradoria-Geral do Estado. “Todas as cores foram escolhidas a partir de um estudo cromático realizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)”, reitera a superintendente de Patrimônio Histórico e Artístico da Secult, Bruna Arruda.

A antiga Procuradora Geral do Estado, ao lado do Palácio das Esmeraldas, também está em reforma desde 2022 e deve se tornar, nos próximos meses, a Casa do Artesanato de Goiás. De acordo com a secretária Yara Nunes, o prédio também deve abrigar a nova sede da Secult. “A ideia é que o Marietta Telles fique exclusivamente aberto como centro cultural, com ampliação de suas atividades artísticas”, completa.

A última revitalização da Praça Cívica foi em 2016, durante a gestão do prefeito Paulo Garcia. Na época, as obras duraram 18 meses e foram gastos mais de R$ 13 milhões. Entre as principais intervenções no local, uma das mais significativas foi a retirada dos carros em seu núcleo e a instalação da escadaria em formato de U com 80 metros de extensão.

Ocupação

Além das obras de restauro, a Secult tem em mãos desafios quando o assunto é ocupação da Praça Cívica. Nas últimas semanas, por exemplo, o Estado e o Iphan travaram uma enfrentamento a respeito da feira Goiás Feito à Mão, projeto realizado há três edições na praça e que foi transferida para o Centro Cultural Oscar Niemeyer.

“Às vezes, autorizamos um evento e quando vemos há uma intervenção física, fura o piso e o dano não é reposto. O que nós queremos é compromisso”, bateu o superintendente do Iphan, Pedro Wilson Guimarães,sobre a realização da ação no local. O gestor também explica que as finalizações das obras do BRT são uma das ações prioritárias de sua gestão para os próximos meses.

Yara Nunes explica que a ideia é que a Praça Cívica se torne um dos principais pontos de cultura e encontro da capital. “Primeiro, é necessário fazer esses ajustes com as obras de restauro e revitalização para que o local possa ser uma referência da cultura e do patrimônio dos goianos. Depois, pensar em projetos responsáveis de ocupação na Praça, que façam com que os goianos voltem a estar no Centro”, argumenta Yara.

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