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Prefeitura desiste de unidades modulares para a saúde em Goiânia

Wildes Barbosa
USF Terezinha de Jesus é a única unidade modular que será concluída em Goiânia: é a obra mais adiantada

A demora na realização das obras de construção das Unidades de Saúde da Família (USFs) em edificações modulares fez com que a Prefeitura de Goiânia desistisse do projeto. A proposta apresentada no ano passado, dentro do Programa Goiânia Adiante, era de construção de 12 unidades modulares e reforma de outras duas para estruturas deste tipo. Um contrato foi assinado em 2022 com a TCI Projetos e Construções, no valor total de R$ 62.015.767,07, mas ele não vai ser continuado. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a intenção agora é licitar as obras das USFs para que as edificações sejam feitas de alvenaria.

Apenas uma unidade modular será feita em Goiânia, que é o projeto que está mais adiantado. Lançada em janeiro deste ano, a construção da USF Terezinha de Jesus, na região dos setores Luanna Park e Lorena Park, tinha a previsão de término em 9 meses, ou seja, para ser finalizada em outubro passado, o que não ocorreu. Segundo a SMS, no local a empresa vai iniciar a instalação do contrapiso na próxima quarta-feira (22). Em março deste ano, foram iniciadas as construções das USFs Vale dos Sonhos e Santa Fé, com a expectativa de que ficassem prontas em dezembro deste ano.

No entanto, segundo a SMS, mesmo esses dois projetos não serão continuados. A secretaria informou que “diante da demora da construtora TCI, a Prefeitura não vai mais construir essas duas unidades no sistema modular, mas em alvenaria, de forma tradicional”.

Complementou ainda que o termo de referência para a licitação das obras está sendo preparado. O mesmo ocorre para as demais nove unidades que estavam sendo projetadas para serem erguidas nesta modalidade e as duas que seriam reformadas e passariam a ser modulares. “Por problemas apresentados pela Construtora TCI, nenhuma outra unidade modular será iniciada, todas serão de alvenaria. A exemplo da Santa Fé e da Vale dos Sonhos, os termos de referência já estão sendo preparados.”

O jornal tentou contato com a empresa contratada pela Prefeitura para a instalação das estruturas modulares, mas até o fechamento desta reportagem não recebeu qualquer resposta. No começo deste ano, a SMS informou que a construção das 12 unidades modulares de saúde promoveria uma reestruturação na rede de atendimento primário na capital. A intenção era a construção de USFs maiores que atendessem mais pessoas, aumentando a área de abrangência. Ao mesmo tempo, haveria a descontinuidade de locais menores em outros bairros, que estão situados em imóveis alugados ou com estrutura antiga e precária, o que gerou críticas do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (Sindsaúde-GO).

No caso da USF Terezinha de Jesus, por exemplo, a estimativa é que possa atender até 20 mil pacientes por mês, dos bairros Lorena Park, Luanna Park, Carolina Park e adjacências. A construção é feita com painéis tipo poliisocianurato (pir) e isotelha termoacústica do mesmo material em estrutura metálica, com um total de 790 metros quadrados (m²) e 10 consultórios. Outra crítica feita na época foi sobre a estrutura contratada, visto que a gestão municipal havia desistido das unidades modulares para a educação. As estruturas tinham sido contratadas na administração Iris Rezende (MDB) e foram deixadas de lado. Ao mesmo tempo, estabelecia contrato para estruturas modulares para a saúde.

Alvenaria

Também inclusas no Programa Goiânia Adiante, a reforma de seis unidades de saúde de alvenaria passam por problemas. As três que já foram iniciadas, sendo o Centro de Especialidades Médicas (antigo Ciams Pedro Ludovico), Centro de Zoonoses e Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Guanabara, estão paradas há quase um mês. A UPA e o Centro de Especialidades foram iniciadas no começo deste ano, com a previsão de entrega em 18 meses. Já o Centro de Zoonoses, teve início em 2 de fevereiro, com previsão de conclusão em 10 meses, ou seja, seria entregue no final deste ano.

De acordo com a SMS, as obras foram paradas no dia 25 de outubro e, “após sucessivas advertências, sem que houvesse o cumprimento dos compromissos assumidos, a SMS iniciou o processo de distrato com a RT Ambiental pelo não cumprimento do plano de execução das obras”. A secretaria informa que não há qualquer dívida em aberto e que foram pagas todas as medições realizadas.

“A secretaria está fazendo um levantamento do que foi executado e o que ainda precisa ser feito nas três unidades. Mas afirma que toda a parte de paredes a construir ou demolir, chapiscos e parte elétrica já foi concluída.” A reportagem tentou contato com a RT Ambiental, mas não recebeu resposta até o fechamento da matéria.

As obras deverão ser relicitadas após o fim do processo de distrato, o que não tem uma estimativa de prazo para acontecer. As outras obras de reforma previstas para ocorrer (Cais Novo Horizonte, Amendoeiras e Campinas ) também seriam feitas pela mesma empresa.

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