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Professores das universidades federais de Goiás irão avaliar aderir greve nacional

Wildes Barbosa
Na UFG, docentes aguardam uma nova reunião com o governo federal

Ao contrário dos professores de dezenas de universidades federais espalhadas pelo Brasil, os docentes das universidades federais localizadas em Goiás ainda não deflagraram greve. A possibilidade será discutida em assembleias que serão realizadas na próxima semana. Segundo o Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato), qualquer decisão será tomada pela categoria, “pois a entidade sindical é autônoma e não uma seção sindical”. Os técnicos-administrativos já estão em greve desde março. Os institutos federais enfrentam paralisações parciais e totais.

A greve nacional deflagrada nesta segunda-feira (15) foi puxada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes). Mas o Adufg-Sindicato é filiado a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes-Federação), entidade que entende que as negociações com o governo federal ainda estão em andamento.

O Proifes-Federação entregou uma contraproposta de reestruturação da carreira que prevê, dentre outras coisas, reajuste salarial em 2024, 2025 e 2026. Segundo o Adufg-Sindicato, a entidade foi convocada para uma nova reunião da Mesa Específica e Temporária de Educação do Magistério Federal, que será realizada na próxima sexta-feira (19), em Brasília. A expectativa é de que seja dado um retorno por parte do governo federal.

“Queremos que o governo federal cumpra o piso salarial, que haja recomposição das perdas que sofremos nos últimos seis anos e que a carreira se torne mais atrativa para os jovens”, esclarece Geci Silva, presidente do Adufg-Sindicato. O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos afirma que está aberto para o diálogo.

Na próxima terça-feira (23), será realizada a assembleia com docentes da Universidade Federal de Catalão (UFCat). Na quinta-feira (25), será a vez da Universidade Federal de Goiás (UFG). No dia 30 de abril, os professores da Universidade Federal de Jataí (UFJ) vão se reunir. De acordo com o Adufg-Sindicato, as decisões serão tomadas por meio do diálogo com toda a categoria. “Se as assembleias aprovarem o indicativo de greve, ainda será necessário um plebiscito com todos os professores. É preciso de pelo menos 30% de participação para que ele seja válido. Ganha a maioria simples”, detalha Silva.

Os técnicos-administrativos das universidades federais localizadas em Goiás já estão em greve desde o início de março. Inicialmente, a paralisação foi puxada pelo Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior do Estado de Goiás (SINT-IFESgo), seguindo movimento nacional. Os técnicos-administrativos dos institutos federais também paralisaram. “A partir de 3 de abril, mais técnicos passaram a aderir. Docentes também”, aponta Walmir Barbosa, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Instituições Tecnológicas Federais de Goiás (Sintef-GO).

Barbosa explica que a categoria tem quatro demandas principais: recomposição salarial, reestruturação das carreiras, superação do que consideram como um subfinanciamento das instituições e a revogação de medidas que avaliam como nocivas para a Educação, como o Novo Ensino Médio.

De acordo com informações atualizadas nesta segunda, das 13 unidades do Instituto Federal Goiano (IF Goiano), apenas quatro não tinham registros de movimento grevista. Em nota, a instituição informou que realiza constante avaliação da adesão dos próprios servidores a greve e os impactos que estas ações terão no calendário institucional para, a partir daí, “propor medidas necessárias com foco no compromisso com seus estudantes e toda a comunidade acadêmica, no sentido de garantir e assegurar o êxito na permanência e conclusão das atividades”.

O IF Goiano reiterou que “o direito à greve é uma prerrogativa constitucional e respeita as decisões individuais de cada servidor em aderir ou não ao movimento. Nesse cenário, a Instituição está em diálogo com as entidades envolvidas no processo”. A UFG e o Instituto Federal de Goiás (IFG) não responderam aos questionamentos da reportagem relacionados ao movimento grevista até o fechamento desta edição.

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