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Projeto de revitalização do Cine Astor é desclassificado da Lei Paulo Gustavo

Fábio Lima

O projeto que pretendia revitalizar e requalificar o Cine Astor, localizado no Centro de Goiânia, foi desclassificado do edital da Lei Paulo Gustavo, da Secretaria de Estado da Cultura (Secult Goiás). Um dos poucos cinemas de rua sobreviventes da capital, a ideia era tirar a chancela de cinema adulto e voltar a exibir filmes comerciais e de arte no espaço como quando foi criado, em 1979.

A ação, inscrita no edital específico para projetos de dinamização de salas de cinema públicas e privadas, havia sido selecionada em resultado preliminar em novembro. O proponente do projeto, Edson Zanini, conta que recebeu a informação da desclassificação após a repercussão negativa associando o cinema pornô com o dinheiro público.

“Foi uma chance única de transformar o Cine Astor no que ele nasceu para ser, um cinema de rua para levar pessoas para ocupar o Centro. A ideia era criar um ponto cultural único na região”, lamenta Zanini. Na primeira classificação, a proposta era de R$ 750 mil para uma completa reforma e restauro. Outras contrapartidas sociais também entraram nas ações, como ingressos sociais e parcerias com escolas.

Em nota, a Secult Goiás explica que o projeto do Cine Astor foi desclassificado por descumprimento do objeto do edital. Segundo o texto, o projeto apresentou na planilha orçamentária itens incompatíveis com a natureza de “restauro”, classificando-se mais adequadamente como ações de “manutenção”.

“A planilha orçamentária lista a compra de itens como amplificadores, processador, rack e caixas de som, bombonière, automação, poltronas, perfil de iluminação e cortinados, que, conforme a natureza do edital, não se enquadram na categoria de restauro”, diz a nota. 

A Secult ressalta, ainda, que lançará em 2024 diversos editais para projetos de audiovisual como o proposto pelo Cine Astor.

Um dos poucos sobreviventes dos cinemas de rua de Goiânia, o Cine Astor nasceu nos anos 1970 como uma sala audiovisual que exibia filmes culturais e comerciais. Por lá passaram grandes clássicos do cinema em matinês que reuniam públicos de diferentes lugares da cidade. A história do local mudou em 2006, quando se transformou em cinema com conteúdo pornô.

“Não posso bancar o projeto de revitalização. Por hora, o Cine Astor continua sendo um cinema para adultos”, diz Zanini

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