A prévia da inflação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) para este mês de maio ficou em 0,38% em Goiânia, o segundo menor do País e bem abaixo dos 1,98% registrados em abril. Esta desaceleração foi provocada por uma queda de 17,04% no custo da energia elétrica residencial, com o fim da cobrança adicional da bandeira vermelha nas contas. Mesmo assim, com reajustes de preços em quase todos os grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE na capital, a inflação acumulada no ano já atingiu os 5,27% na capital.Somente os grupos de Habitação e Educação tiveram queda em maio. O primeiro registrou uma acentuada redução de 5,36% em Goiânia por causa da queda da energia elétrica. O superintendente do IBGE em Goiás, Edson Roberto Vieira, lembra que as tarifas de energia saíram de uma bandeira de escassez hídrica, que tem cobrança de R$ 14,20 por cada 100 KWh consumidos, para a bandeira verde, sem nenhuma cobrança adicional. "Esta diferença significativa impacta muito o orçamento", destaca.Já o grupo Educação teve uma queda muito pequena, que indica praticamente estabilidade. Desta vez, alimentos e bebidas tiveram uma alta menor em maio (0,36%). Porém, Edson ressalta que este reajuste ocorreu em cima de preços já vinham numa trajetória anterior de alta. Por isso, no acumulado do ano, este grupo já tem um índice de inflação significativo, de quase 8,5%. Na prévia de maio, os produtos que mais subiram foram a cebola, com alta de 13,3%, a batata inglesa, que ficou 10,3% mais cara, e o feijão carioca, que aumentou 6,7%.Mas a maior vilã da inflação da capital em maio é a passagem aérea, que subiu 24,7% no mês e acumula uma alta de quase 70% em 12 meses. O goianiense também está pagando 7,6% mais caro por remédios como os antigripais. O grupo de Transportes subiu mais 1,95% este mês e continuou pressionando a inflação na capital, com destaque para o preço do etanol, que ficou 5,5% mais caro para os motoristas em maio.Acima da metaEm maio, o IPCA-15 nacional ficou em 0,59%, o maior para o período desde 2016. Com isso, a inflação acumulada no País já atingiu os 4,93% somente nos primeiros cinco meses do ano, bem acima da meta do Banco Central, que era de 3,5%, com viés de 1,5% para mais ou para menos. Mas Goiânia acumula um índice ainda maior que o nacional: 5,27% em 2022, por causa das pressões que vieram dos preços dos alimentos e combustíveis nos últimos meses.O superintendente do IBGE lembra que os índices historicamente registrados em maio sempre foram menores que os de abril, por conta de uma menor pressão de fatores sazonais sobre a produção de hortifrutigranjeiros. Mas, este ano, o impacto climático foi maior, devido ao grande volume de chuvas nos primeiros meses de 2022, que afetaram o cultivo dos produtos in natura. Este é um dos motivos para a inflação do País ter sido a maior para o mês desde 2016.Edson ressalta que, diferentemente de anos anteriores, agora também há uma pressão extra sobre os preços de commodities agrícolas por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia, que respondem por boa parte das exportações mundiais de trigo, por exemplo. Um indicativo é que o macarrão já registrou alta de 6,7% e a farinha de trigo ficou 6% mais cara em Goiânia neste mês de maio. "Vale lembrar que 23 países já anunicaram restrições às suas exportações de produtos agrícolas", destaca. Outra pressão sobre os preços dos alimentos vem da alta dos fertilizantes no mundo todo.